"É deprimente ver o presidente do Congresso se ajoelhar ao presidente do BC. Ele não vai atender", diz Paulo Moreira Leite
“No fundo, é deprimente", disse o jornalista sobre a "súplica" feita pelo senador Rodrigo Pacheco para que Roberto Campos Neto reduza a taxa básica de juros
247 - O jornalista Paulo Moreira Leite disse, durante participação no Bom dia 247 desta quinta-feira (20), considerar “deprimente” ver o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), “quase se ajoelhando” ao pedir que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reduza o patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, uma das maiores do mundo.
“No fundo, é deprimente. A gente vê o presidente de um poder se dirigindo ao presidente do Banco Central em um apelo, quase se ajoelhando, para que ele mude a taxa de juros. Não vai resolver. Ele não vai atender. Como cena dramática, já é um pouco grotesco”, disse o jornalista.
A avaliação de PML foi feita na esteira de um discurso proferido por Pacheco com a presença de Campos Neto na plateia. “Nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13,75%. Se há algo que nos une, neste momento, é a impressão, o desejo e a obstinação de reduzir a taxa de juros no Brasil. Eu gostaria de pedir muito. É uma súplica do Senado, meu caro presidente do Banco Central do Brasil”, disse Pacheco nesta quinta-feira (20), durante a abertura do Lide Brazil Conference em Londres.
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Paulo Moreira Leite destaca que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito democraticamente e que "teve milhões de votos, derrotou o bolsonarismo, representa a esperança de milhões de brasileiros e necessita, sim, dessa mudança na taxa de juros, precisa que a economia mude de rota para que possa criar empregos, possa fazer bom uso do dinheiro que vai para o Banco Central, que é dinheiro dos brasileiros”.
“ Certamente há uma impotência, nós sofremos um golpe que mudou a regra do Banco Central, então a situação é difícil, mas a gente sabe que existem brechas para tentar uma mudança mais célere no Banco Central, para tentar colocar o dedo na ferida. Até agora parece que é mais fácil ficar tentando um acordo. Ele [presidente do Banco Central] não vai fazer nada, nós sabemos. O compromisso do Roberto Campos Neto é muito mais profundo que isso. Imagina qual será o bônus que ele vai ter quando acabar esse governo. Imagina, o sujeito conseguiu parar uma das maiores economias do mundo porque ele não mexe na caneta”, destacou.
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