Em livro, Glenn Greenwald diz que mensagens da Lava Jato ajudaram a enfrentar bolsonarismo
"Eu via a Vaza Jato como sendo tanto sobre a viabilidade de uma imprensa livre e dos valores democráticos na era Bolsonaro quanto era sobre corrupção e impropriedades dentro do Judiciário e do Ministério Público", afirmou o jornalista Glenn Greenwald, que lançará o livro "Securing Democracy" ("Garantindo a Democracia") sobre a Vaza Jato
247 - O jornalista Glenn Greenwald lançará o livro "Securing Democracy" ("Garantindo a Democracia"), obra que percorrerá os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, e logo depois na Europa. Como indica o subtítulo do livro ("Minha luta por liberdade de imprensa e justiça no Brasil de Bolsonaro"), Greenwald viu a Lava Jato como uma das forças que deram impulso à ascensão do bolsonarismo e a divulgação das irregularidades da operação como uma forma de combater tudo que Jair Bolsonaro representa.
"Eu via a Vaza Jato como sendo tanto sobre a viabilidade de uma imprensa livre e dos valores democráticos na era Bolsonaro quanto era sobre corrupção e impropriedades dentro do Judiciário e do Ministério Público", afirmou. Os relatos dele foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo.
"À medida que fui abrindo e lendo os documentos, eu fiquei cada vez mais convencido da autenticidade desse arquivo e, consequentemente, da fonte", disse o jornalista no livro.
De acordo com o jornalista, "parecia impossível para qualquer pessoa fabricar ou forjar um arquivo tão extenso, detalhado, sofisticado e complexo". "Você nunca pode provar o contrário: que nada foi modificado, fabricado ou forjado", afirma o jornalista no livro.
O nome do hacker, Walter Delgatti Neto, foi mencionado uma única vez no livro. O jornalista afirmou que só se sentiu à vontade para identificá-lo como sua fonte depois que Delgatti deixou a prisão, em setembro do ano passado, e começou a dar entrevistas sobre o assunto.
Irregularidades da Lava Jato
A Vaza Jato, como ficou conhecida a divulgação das ilegalidades da operação, apontou que Sérgio Moro agia como uma espécie de assistente de acusação, o que feria a equidistância entre quem julga e quem acusa.
Em 2016, por exemplo, o então juiz disse ao procurador Deltan Dallagnol que faltava uma informação na denúncia de um réu - Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás.
Na última terça-feira (23), Moro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por sua parcialidade contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela suspeição de Moro, junto com a ministra Cármen Lúcia.
Produção de documentário
No dia 22 de fevereiro, o Brasil 247 alcançou a meta de arrecadação de recursos para a produção de um documentário sobre a história de Walter Delgatti Neto.
"Vamos investir todos os recursos em jornalismo e escreveremos a verdadeira história do Brasil", disse na época o jornalista Joaquim de Carvalho, do 247.
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