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    Estadão faz ilações contra Manuela com inquérito sigiloso da PF e Glenn rebate

    "Grande parte dos furos mais bombásticos da grande mídia é baseada em vazamentos ilegais do MPF ou da PF. Interessante como alguns ficam bravos com vazamentos ilegais quando revelam corrupção de seus políticos poderosos favoritos, mas não quando usadas pelo MPF e pela PF", destaca o editor do The Intercept Glenn Grreenwald, ao comentar reportagem que faz ilações contra Manuela D’Ávila a partir do acesso ao inquérito sigiloso da PF

    (Foto: Reprodução)

    247 - O editor do The Intercept, Glenn Greenwald desmontou a tese de "ilegalidade" que parte da grande mídia e procuradores da Lava Jato usam para desqualificar o conteúdo das mensagens da Vaza Jato ao apontar que a reportagem do jornal o Estado de S. Paulo publicou inquérito sigiloso da Polícia Federal e faz ilações contra a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).

    A reportagem diz que Manuela - que entregou voluntariamente o seu celular para a PF - teve uma conversa que foi "além de uma mera troca de contato telefônico" com o hacker Walter Delgatti, preso na operação Spoofing. Com o título "Manuela e hacker de autoridades conversaram por 9 dias", os diálogos publicados a partir do inquérito que é sigiloso, não desmentem as afirmações feitas por Manuela.

    "Grande parte dos furos mais bombásticos da grande mídia é baseada em vazamentos ilegais do MPF ou da PF (como este). Interessante como alguns ficam bravos com vazamentos ilegais quando revelam corrupção de seus políticos poderosos favoritos, mas não quando usadas pelo MPF e pela PF", enfatiza Glenn em sua página nas redes sociais.

    Nos diálogos, aos quais o joranl teve acesso, Delgatti diz que quer expor o teor das conversas interceptadas para “fazer justiça”. “Quero Justiça, não quero dinheiro. Desculpa eu entrar no seu Telegram, foi um mal necessário”, afirma, acrescentando o fato de ter, segundo ele, “oito Teras (bytes) de coisa errada”.

    A conta do Telegram de Manuela também foi invadida por Delgatti. Mesmo depois de ter o contato Glenn, ele continuou a enviar mensagens a ex-deputada. “Acredita que está enviando sem parar desde ontem arquivos? E não foi nem 20% ainda?”, avisa ele, no dia seguinte. 

    Ainda de acordo com o jornal, o hacker passa a compartilhar com Manuela sua visão de mundo. "Entre as mensagens, diz que se não fosse sua iniciativa de vazar as supostas conversas de Moro e dos procuradores, o Brasil iria quebrar", destaca a reportagem.

    Nas redes sociais, Glenn destaca que "todos as reportagens da grande mídia (Globo) baseadas em delações premiadas secretas, ou investigações do COAF e MPF, usam vazamentos ilegais: crimes". "Mas as pessoas que retratam vazamentos na #VazaJato como ultrajantes não se opõem a esses vazamentos. Inconsistência reveladora", frisa.

    Vale lembrar que a defesa do ex-presidente Lula teve seu pedido de inclusão do conteúdo das mensagens apreendidas pela Polícia Federal negado pela Justiça do Paraná e pelo TRF-4.

    Glenn enfatiza ainda que outro aspecto revelador desses vazamentos feitos a partir do MPF e da Polícia Federal é que "eles são obviamente projetados para vazar trechos seletivos incriminatórios, mas continuam fazendo o oposto: exonerando, e provando que tudo o que foi dito era verdadeiro".


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