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    Estadão manipula fatos para atacar Dilma em mais um editorial antipetista

    Jornal finge ignorar que no governo Dilma o Brasil teve.o menor índice de desemprego da história e as reservas cambiais aumentaram

    Dilma, alvo de ataque frequente do Estadão (Foto: ABr | Reprodução)

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    247 - O jornal O Estado de S. Paulo, que já teve a família cafeicultora Mesquita no controle efetivo, manipulou fatos para atacar Dilma Rousseff e, com isso, tentar desgastar a imagem de Lula, que lidera disparado as pesquisas para eleição presidencial.

    O jornal diz que o ex-presidente tem dificuldade de falar de “Dilma Rousseff e seu governo trevoso”. Duas inverdades na mesma frase. Lula não só fala sobre Dilma como o governo dela não foi trevoso.

    O jornal tenta jogar nas costas de Dilma Rousseff a responsabilidade pela recessão de 2015 e 2016, e finge ignorar que a crise econômica se deu por conta da Lava Jato, que travou investimentos, e pela classe política que, sob a liderança de Eduardo Cunha, fez uma pauta bomba na Câmara para inviabilizar o governo dela.

    "O líder petista pode não ter nenhum interesse em lembrar, mas ainda estão frescos na memória do País os resultados produzidos pela criatura lulista: recessão econômica, crise social, inflação, desemprego, desorganização da economia, manipulação de preços e irresponsabilidade fiscal, que incluiu, entre outras manobras, as famosas 'pedaladas'. Tudo isso não se deu ao acaso. Foi obra do voluntarismo de Dilma Rousseff, mas foi muito mais do que simples equívoco individual. Sem nenhum exagero, o governo de Dilma foi a gestão dos sonhos dos petistas, com a aplicação – sem freios, sem limites e sem diálogo – de todas as teorias, ultrapassadas e equivocadas, que o PT sempre defendeu e, pasmem, ainda defende”, escreveu o autor do texto que, convém lembrar, reflete a opinião do grupo econômico que publica o jornal.

    Entre 2003 e 2013, o Brasil cresceu em média 4,1 por cento. Depois que a Lava Jato eclodiu, com apoio de jornais como o Estadão, não houve crescimento expressivo em 2014, mas ainda assim o nível de emprego foi mantido num nível elevado.

    A taxa de desemprego ao final de 2014 foi de 4,7%, a menor da história. E o Brasil tinha também as maiores reservas cambiais da história. 

    O jornal, e quebra, tenta ressuscitar o caso das pedaladas fiscais, totalmente desmoralizado.

    Segue a íntegra do editorial, que pode ser desmentido ponto a ponto. Deve ser guardado como peça da vergonha em que se transformou a imprensa brasileira, escancarando que é porta-voz da elite do atraso, como diria Jessé Souza. 

    Mais uma vez, o jornal desinforma, como fez no editorial de 2018, em que disse ser muito difícil escolher entre professor universitário Fernando Haddad e o defensor das milícias Jair Bolsonaro:

    A história do PT produziu muitos fatos que jogam contra o partido e seus candidatos. Em toda eleição, há muita coisa a esconder e a tergiversar. Mas seria empequenecer a trajetória petista pensar que, na categoria de temas a serem evitados, estariam “apenas” os escândalos de corrupção do mensalão e do petrolão. Há também aparelhamento do Estado, apoio entusiasmado a ditaduras e governos que violam direitos humanos, tolerância a corporativismos e privilégios, confusão entre o público e o privado, sabotagem de políticas públicas responsáveis (apenas porque outros as propuseram), negligência com malfeitos internos do partido, campanhas de difamação contra adversários políticos, abundante difusão de desinformação e várias outras práticas que contrariam o discurso original da legenda, em defesa da ética e da renovação da política.

    Trata-se de um longo passivo, que não surgiu agora e não está apenas relacionado à Lava Jato. Mas há um item, em toda essa longa lista, que se sobressai. É um assunto que Luiz Inácio Lula da Silva tem especial dificuldade de lidar. O líder petista pode até falar do apartamento triplex no Guarujá ou do sítio de Atibaia – temas naturalmente desconfortáveis, que escancararam ao País o modo como o ex-sindicalista, que sempre bradou contra os patrões, lida de fato com os empreiteiros camaradas –, mas não faz ideia de como abordar este assunto: Dilma Rousseff e seu trevoso governo.

    É um tema difícil, tanto pela evidência do desastre que foi o período de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto como pela responsabilidade direta de Lula no caso. O líder petista decidiu que Dilma Rousseff seria a candidata do PT à Presidência da República em 2010. Afinal, esta é a divisão de tarefas na legenda que se diz democrática: Lula decide, os outros obedecem. Segundo palavras do próprio Lula, a relação entre os dois é de criador e criatura.

    O líder petista pode não ter nenhum interesse em lembrar, mas ainda estão frescos na memória do País os resultados produzidos pela criatura lulista: recessão econômica, crise social, inflação, desemprego, desorganização da economia, manipulação de preços e irresponsabilidade fiscal, que incluiu, entre outras manobras, as famosas “pedaladas”. Tudo isso não se deu ao acaso. Foi obra do voluntarismo de Dilma Rousseff, mas foi muito mais do que simples equívoco individual. Sem nenhum exagero, o governo de Dilma foi a gestão dos sonhos dos petistas, com a aplicação – sem freios, sem limites e sem diálogo – de todas as teorias, ultrapassadas e equivocadas, que o PT sempre defendeu e, pasmem, ainda defende.

    O resultado ficou evidente para o País. Tão presente nas eleições de 2018, o sentimento antipetista não foi mera consequência de decisões da Justiça Federal de Curitiba. O problema foi muito mais profundo. Com Dilma Rousseff, a população experimentou o que é um governo com o PT pondo em prática suas teses e ideias. Pouquíssima gente quer isso de volta e, por saber bem a dimensão dessa rejeição, Lula deseja de todas as formas esconder Dilma Rousseff e seu governo.

    A quem queira diminuir ou relativizar a ojeriza do eleitorado com a gestão de Dilma no Palácio do Planalto, basta lembrar o resultado das eleições de 2018 para o Senado em Minas Gerais. Mesmo com toda a militância do PT dizendo que Dilma Rousseff tinha sofrido um golpe – assim os petistas qualificam atos constitucionais do Congresso, quando não lhes agradam – e com a legenda investindo muitos recursos financeiros na campanha, a ex-presidente obteve dos mineiros um humilhante quarto lugar. Portanto, Dilma é um óbvio fardo eleitoral, mesmo para um veterano prestidigitador como Lula.

    Questionado nessa semana sobre o papel de Dilma em um eventual novo governo do PT, Lula não teve dó de sua criatura, atribuindo-lhe a mais cabal irrelevância. “O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço”, disse, em entrevista à Rádio CBN Vale. Se o tempo passou para Dilma, passou também para Lula. O País precisa de gente com outra estatura moral, que não tenha de esconder seu passado nem suas criaturas.

     

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