"Estupro culposo" usado pelo MP no julgamento de André Aranha não existe e gera onda de indignação nas redes
A figura jurídica esdrúxula, utilizada pelo promotor Thiago Carriço no julgamento do crime de estupro cometido pelo empresário André de Camargo Aranha contra a blogueira Mariana Ferrer gerou revolta. A justiça "inventou um crime pra livrar o estuprador branco e rico", disse o Jornalistas Livres. Confira reações
247 - Internautas manifestaram indignação nas redes sociais com a decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, após o magistrado absolver o empresário André de Camargo Aranha, de 43 anos, acusado de estuprar a blogueira Mariana Ferrer, de 22 anos, no tradicional clube da capital catarinense Cafe de La Musique. No processo, o Ministério Público do Estado (MPSC) alegou “falta de provas”.
"'Estupro culposo' nunca vai existir. Torturadores de mulheres, todos que concordam com isso", escreveu a cantora Zélia Duncan no Twitter.
"Não existe estupro sem intenção!!! Isso é um absurdo", protestou o youtuber Felipe Neto na rede social.
Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, "o sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação".
"O Brasil é 5º país que mais mata suas mulheres no mundo", destacou a líder indígena Sônia Guajajara na rede social. "Uma mulher é estuprada a cada 8 minutos", disse. "Não existe estupro culposo. Justiça para Mari Ferrer!".
Na mesma rede social, o perfil do Jornalistas Livres afirmou que a "justiça inventou um crime para livrar o estuprador branco e rico".
De acordo com a jornalista Marielle Ramires, que também é ativista, "uma decisão assim promove um novo estupro da vítima". "Toda solidariedade a Mari Ferrer".
O perfil 'Conecto pessoas através de livros na @winnieteca' afirmou que "a ideia de estupro culposo é mais uma forma de perversão do direito e de manutenção de hierarquias de poder".
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