Helena Chagas: 'Bolsonaro fez uma confissão ao tentar desmentir Walter Delgatti'
De acordo com a jornalista, agora existe a confirmação de que o ex-ocupante do Planalto mandou o hacker ao Ministério da Defesa para uma tentativa de golpe
247 - A jornalista Helena Chagas disse nesta quinta-feira (17) que Jair Bolsonaro (PL) terminou admitindo uma tentativa de golpe de Estado. "Olha, acho que o próprio Bolsonaro, ao tentar desmentir o hacker em entrevista hj à Jovem Pan se enrolou um pouco mais. Até agora, não havia qualquer confirmação de q ele mandou Delgatti, o hacker, ao Ministério da Defesa, onde não há registro do nome dele nas portarias. Pois agora há: 'Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto', disse Bolsonaro. Tá lá, no site da insuspeita Jovem Pan, essa confissão de Jair Bolsonaro", afirmou a colunista.
O ex-ocupante do Planalto comentou sobre o depoimento de Walter Delgatti, que falou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas. O hacker foi preso em 2 de agosto após acusação de tentar invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de inserir falsos mandados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Na CPMI, ele afirmou que Bolsonaro e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) participaram de uma tentativa de golpe.
O ex-chefe do Executivo federal deu entrevista à Jovem Pan e comentou sobre o depoimento do hacker. "Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente. Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso", disse Bolsonaro.
Durante sua gestão, o ex-ocupante do Planalto tentou passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava o governo. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição presidencial.
Neste ano (2023), o Tribunal Superior Eleitoral tornou Bolsonaro inelegível por oito anos por acusar sem provas o sistema eleitoral brasileiro de não ter segurança contra fraudes. As declarações dele aconteceram em uma reunião com embaixadores no ano passado. Em novembro de 2022, o TSE multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas.
Em 2023, investigadores encontraram no celular do tenente-coronel Mauro Cid uma minuta para um golpe de Estado no País com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e que previa estado de sítio "dentro das quatro linhas" da Constituição. O militar foi ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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