Intercept: ataques de Moro e Bolsonaro não alteram novas revelações da Vaza Jato
"Se a própria História do jornalismo servir de algo, as tentativas de Moro e de seus defensores de fazer o público focar nas ações da suposta fonte ao invés do conteúdo de nossas reportagens fracassarão", diz o Intercept Brasil em editorial neste domingo
247 - O site The Intercept Brasil divulgou neste domingo, 28, editorial em que reafirma que a prisão dos "hackers de Araraquara" pela Polícia Federal não afetará a divulgação de novas ilegalidades cometidas pela operação Lava Jato.
No texto, enviado aos assinantes da Newsletter do site, o Intercept menciona o ataque de Jair Bolsonaro ao jornalista Glenn Greenwald, ameaçando-o de prisão. "Apesar de seus esforços, Moro, Bolsonaro e seus defensores se mostraram incapazes de obter uma única prova ou indício de que o Intercept tenha feito qualquer coisa além de exercer seu direito de praticar jornalismo, tal qual é garantido e protegido pela Constituição brasileira e gozado por todos os jornalistas do país. Pelo contrário: todas as insinuações e sugestões feitas por eles de que o Intercept teria agido de forma imprópria foram desmentidas pelos fatos", diz o editorial.
"Se a própria História do jornalismo servir de algo, as tentativas de Moro e de seus defensores de fazer o público focar nas ações da suposta fonte ao invés do conteúdo de nossas reportagens fracassarão. Grande parte do jornalismo mais importante produzido nas últimas décadas foi feito graças a fontes que obtiveram ilegalmente informações cruciais e as entregaram para jornalistas. O que fica registrado na História é o que foi revelado pelas reportagens, e não as ações das fontes que ajudaram na revelação", diz o The Intercept em outro trecho do editorial.
"Hoje em dia, o que é lembrado pela História sobre o assunto não são os julgamentos morais feitos pelo governo dos EUA e seus defensores acerca das ações de Snowden. O que importa – o que ficou registrado na História – é o que foi revelado pelas reportagens sobre as invasões de privacidade massivas e indiscriminada perpetradas em segredo pelas agências de segurança", acrescenta o veículo.
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