Internautas criam perfis fictícios e conseguem receitas de cloroquina no app da Saúde até como recém-nascidos
Usuários do Twitter criaram perfis fictícios para acessar o aplicativo do ministério da Saúde e constataram que a plataforma receita a cloroquina contra a Covid-19, diferentemente do que havia dito o ministro Eduardo Pazuello. Pessoas que nem sabiam se estavam com a doença receberam como sugestão o uso do remédio, que também valeu até para recém-nascido
247 - Internautas criaram perfis de fictícios e acessaram o aplicativo do ministério da Saúde que oferece um formulário clínico para que profissionais receitem medicamentos do "kit Covid", sem comprovação científica, a pacientes. Pessoas que nem sabiam se estavam com o coronavírus relataram que a plataforma oferece a cloroquina. Até mesmo perfis de recém-nascidos conseguiram a receita.
"Meu paciente simulado foi um apenas com nariz escorrendo, nada mais, muito típico da minha área de Medicina de Família e Comunidade. O de @silvathiagohs foi um paciente idoso, hipertenso e com Insuficiência Cardíaca", diz o perfil Aristóteles Cardona Júnior no Twitter.
"Já o de @Oparbento1 foi um senhor também hipertenso, mas diabético, com insuficiência cardíaca e renal. Entretanto, apesar dos perfis diferentes, as 3 recomendações foram absolutamente as mesmas com hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, doxiciclina, zinco e dexametasona", acrescentou Cardona.
Outro perfil identificado como Alexandre disse ter feito uma "simulação para uma criança de 3 anos com sistemas de gripe leve" e o aplicativo também recomendou a cloroquina.
O aplicativo contradiz as declarações do ministro Eduardo Pazuello, que disse nunca ter recomendado o "tratamento precoce" à base de cloroquina contra o coronavírus. O remédio não tem comprovação científica.
Até o médico francês Didier Raoult, o "pai da cloroquina", informou que a hidroxicloroquina não funcionou no tratamento de pacientes com coronavírus.
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