Jornalista da Folha se revolta com blindagem da mídia aos crimes de Lemann, Telles e Sicupira
"Muita gente passa pano para a Americanas, que cometeu fraude gigantesca por anos, pedalada. Imaginem se fosse um governo pedalando, né?", questionou o colunista
247 - O jornalista da Folha de S.Paulo Vinícius Torres Freire criticou nesta quarta-feira (18) a cobertura da imprensa tradicional sobre as dívidas das Lojas Americanas. A companhia tem um débito avaliado em cerca de R$ 20 bilhões, mas, de acordo com a empresa, pode chegar a cerca de R$ 40 bilhões. Acionistas de referência das Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles deram calote e não aceitaram colocar dinheiro na empresa. Juntos, eles possuem 31% da companhia.
"Muita gente passa pano para a Americanas, que cometeu fraude gigantesca por anos, pedalada. Imaginem se fosse um governo pedalando, né? Até derrubariam o presidente [sarcasmo]. No caso do rolo grosso da Americanas, é 'inconsistência contábil'. Francamente", escreveu no Twitter.
O jornalista compartilhou na rede social uma coluna dele intitulada "Pedalada da Americanas escondeu elefante vermelho no balanço".
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"Chamar tudo isso de 'inconsistência contábil' é, além de analfabetismo, camuflagem de rolo grosso ('inconsistente' é um anglicismo tosco, como tantos que infestam a língua, por causa dos iletrados 'translate': significa incoerência, incompatibilidade ou cascata grossa mesmo)", disse Torres Freite.
"Dirigentes da empresa fraudaram, pois, a própria medida da qualidade de seu crédito, para dizer o mínimo. Enganaram acionistas, bancos e fornecedores, entre outros interessados (como aqueles que acreditam no funcionamento e na supervisão do mercado). Se aconteceu o que Rial relatou, é fraude, a não ser que alguém imagine que o estagiário tenha bagunçado a planilha do Excel", acrescentou o jornalista.
Com as dívidas das lojas americanas, bancos perderam R$ 47 bilhões em valor de mercado, apontaram números da TradeMap divulgados na última segunda-feira (16). A companhia teria menos de R$ 1 bilhão em caixa por conta dos débitos, notas de rebaixamento de crédito.
O Judiciário deu na última sexta (13) um prazo de 30 dias para que a companhia faça um pedido de recuperação judicial.
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