Juninho sobre a Globo: queria dar minha opinião e não aceitavam

247 - Em entrevista para o site El País, o ex-meia do Vasco da Gama, Seleção Brasileira e ex-comentarista da Rede Globo, Juninho Pernambucano, revelou que tinha muita dificuldade para dar suas opiniões na emissora: "seria injusto dizer que eu fui impedido de falar. Mas briguei com os três principais narradores e o principal repórter da casa. Briga grande, discussão pesada, de apontar o dedo na cara e tudo mais em reuniões. Só não teve vias de fato. Queria dar minha opinião e não aceitavam. Diziam que eu falava muito, que interrompia demais. Balançavam a cabeça achando ruim se eu me alongava no comentário durante a transmissão. Sofria pressão por querer dizer o que penso. Mas me contrataram para dar opinião. Eu criticava quem tivesse que criticar. Enquanto a Globo me deixou trabalhar, fiz minha parte. Saí de consciência limpa. Não vendi minha alma nem meu caráter".

Juninho contou que a relação azedou quando criticou o então atacante do Flamengo, Vinicius Junior, episódio em que foi ameaçado de morte pela torcida rubro-negra, mas não recebeu nenhum apoio dentro na Rede Globo. Já a gota d’água aconteceu após Juninho Pernambucano criticar jornalistas que cobrem os clubes de futebol no Brasil, declaração que foi repudiada pela direção da emissora através de nota oficial lida ao vivo no programa Seleção SporTV.

Perguntado se o fato de se manifestar sobre política publicamente teria interferido no desgaste com a Rede Globo, o ex-jogador acredita que sim. "Eu espero que não, mas, provavelmente, sim. Durante a Copa do Mundo, a Globo soltou um comunicado pedindo para que os funcionários tivessem cuidado com os posicionamentos políticos em redes sociais. Acho que, a partir do momento em que você tá em casa, a vida é sua. Você posta o que quiser. Jornalista que abre mão de rede social a pedido do patrão, indiretamente, vende seu caráter ao chefe", afirmou.