Kotscho: Datafolha mostra que antipetismo virou antibolsonarismo
"Com inflação, desemprego e fome rondando os lares brasileiros, a tendência é aumentar ainda mais a 'boca do jacaré'", avalia o jornalista sobre o Datafolha
247 - O jornalista Ricardo Kotscho avaliou nesta sexta-feira (27) que a pesquisa Datafolha demonstrou que o antipetismo, estimulado no País desde o golpe de 2016 e em seguida com a prisão do ex-presidente Lula, se transformou numa onda antibolsonarismo.
"Ao contrário de 2018, quando a onda antipetista foi decisiva para a vitória do capitão, desta vez é o antibolsonarismo que ajuda a explicar a larga vantagem do ex-presidente nesta altura da campanha (48% a 27%, no primeiro turno, e 58% a 33%, no segundo)", avaliou Kotscho em sua coluna no UOL.
O jornalista e ex-secretário de Imprensa no primeiro governo Lula aponta que numa campanha tão polarizada mais do que os índices de intenção de votos são os de rejeição que podem definir o resultado. Neste quesito, o Datafolha aponta Bolsonaro com 54% de rejeição, contra 33% de Lula, que recuou para o patamar de 2002.
"Com inflação, desemprego e fome rondando os lares brasileiros, sem sinais de mudança nesse cenário, a tendência é aumentar ainda mais a 'boca do jacaré', com a curva de Lula abrindo e a de Bolsonaro fechando", disse Kotscho.
Segundo o jornalista, a campanha do PT deverá investir na comparação entre os governos Lula e Bolsonaro para disputar o voto útil dos que estão indecisos e tentar decidir tudo no primeiro turno. "A Bolsonaro só resta radicalizar cada vez mais, para tentar ressuscitar o antipetismo e o 'perigo comunista', o que até agora não deu certo", avaliou.
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Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre a pesquisa Datafolha:
Pesquisa Datafolha divulgada no início da noite desta quinta-feira (26) mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% de Jair Bolsonaro – vantagem de 21 pontos percentuais para Lula. Segundo o levantamento, o pré-candidato pelo PT pode vencer no primeiro turno: todos os adversários somados chegam a 40%. Na pesquisa anterior, em março, Lula tinha 43%, contra 26% de Bolsonaro.
O cenário de polarização – que a busca pela terceira via não consegue reduzir – entre os dois líderes da corrida pelo Planalto parece se consolidar. Ciro Gomes (PDT) aparece apenas com 7%. Nenhum outro nome colocado na pesquisa passa de 2%. Brancos ou nulos somam 7%. Por fim, 4% dos pesquisados dizem não saber em quem votar.
Depois de Lula, Bolsonaro e Ciro, seguem-se 10 pré-candidatos com desempenho “pífio’, segundo o Datafolha: André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) – a aposta atual da chamada terceira via –, com 2%. Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) têm 1%. Felipe d’Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Luciano Bivar (UB) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuam.
A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, nesta quarta (25) e quinta-feira (26). Foi registrada registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05166/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
O estudo mostra que Lula cresceu na pesquisa espontânea, quando o pesquisador não mostra os nomes dos candidatos: chegou a 38%, 8 pontos a mais do que em março, quando foi citado por 30%. Bolsonaro tinha 23% em março e oscilou para 22%. O índice do petista é o melhor desde o início da atual série histórica do instituto, em maio de 2021.
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