Lira está enfraquecido e tem suas digitais no esquema da 'roubótica', diz Florestan Fernandes Júnior
Presidente da Câmara vem perdendo poder diante das investigações da PF contra seus aliados: “ontem o Lira conversou com o Lula pedindo uma trégua”, conta o jornalista
247 - O jornalista Florestan Fernandes Júnior afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está “acuado” e enfraquecido diante das investigações da Polícia Federal contra seus aliados. Na semana passada, a PF realizou buscas no âmbito da Operação Hefesto e fez descobertas surpreendentes. Em um endereço em Brasília, os investigadores encontraram um cofre completamente lotado de dinheiro em espécie, tanto em notas de real quanto em dólar americano. Também foi apreendida uma quantia em dinheiro escondida em malas de viagem.
Em abril do ano passado, o governo Jair Bolsonaro (PL) destinou R$ 26 milhões de recursos do MEC para a compra de kits de robótica por pequenas cidades de Alagoas. As cidades que adquiriram os kits têm problemas básicos de infraestrutura, como faltas de salas de aula, de internet e até de água encanada. Além disso, cada kit foi adquirido pelas prefeituras por R$ 14 mil, valor muito superior ao praticado no mercado e ao de produtos de ponta de nível internacional. As investigações chegaram a Luciano Cavalcante, assessor mais próximo de Lira e que trabalhava na liderança do PP na Câmara.
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“A condição do Lira é ruim. Ele está acuado por conta desses últimos eventos. Toda essa exposição negativa, inclusive na mídia corporativa, custa muito para ele. Há um desgaste e o Lira perde poder com tudo isso”, analisou Florestan em participação no Bom Dia 247 nesta terça-feira (6). “Essa investigação da Polícia Federal contra aliados seus, a exposição da corrupção em Alagoas, é muito significativa. As digitais dele são muito fortes. É importante acompanhar os próximos movimentos de Lira, como ele vai reagir a tudo isso”.
O jornalista destacou que Lira é elo de todos os personagens que figuram na investigação da PF. “Toda a operação desta emenda ligada à área da educação que foi para Alagoas tem um personagem ligado ao Lira, desde o MEC até a empresa que vence a licitação, e aí você vê que os recursos públicos estavam alimentando um esquema bárbaro de compra de kits de robótica por um valor absurdamente mais caro”.
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Florestan Fernandes Júnior ainda relatou que Lira “está perdendo apoios dentro do Congresso”, porque “muitos parlamentares estão se afastando dele para não serem atingidos por investigações da Polícia Federal”. Nesta segunda-feira (6), no Palácio da Alvorada, relata o jornalista, “o Lira conversou com o Lula pedindo uma trégua. Ele está muito emparedado e está vendo que o cerco está se fechando em torno dele”.
“Ele continua com força, porque ele é presidente da Câmara, mas quando o Alex [Solnik] falou, dias atrás, que o que esperava ele [Lira] era o mesmo destino do Eduardo Cunha, talvez essa previsão se concretize. Vamos aguardar para ver o andamento de todo esse processo”, concluiu.
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