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    Merval faz autocrítica por voto em Bolsonaro em 2018, mas defende segundo turno para emparedar Lula

    Jornalista do jornal O Globo também agrediu Dilma Rousseff, símbolo de integridade e dignidade no cargo

    Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o jornalista Merval Pereira (Foto: Reprodução)

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    247 – O jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo, que defendeu o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fenômenos que abriram espaço para a ascensão do fascismo, em 2018, fez hoje, em sua coluna, uma autocrítica por ter apoiado Jair Bolsonaro naquele ano. Entretanto, no mesmo texto, ele agrediu Dilma, que é símbolo de dignidade, e defendeu que Lula seja emparedado pela direita.

    "Foi um equívoco considerar que Bolsonaro era o melhor adversário do PT. Depois de quatro anos de governo, vê-se que não é possível aceitar que o presidente da República seja uma pessoa sem a menor noção do que seja ocupar o cargo. Não é possível aceitar tamanha falta de compostura de quem pretende continuar a representar o país. Bolsonaro está perdendo o eleitorado que votou nele em 2018 porque o considerava capaz de se opor a Lula, mas essa disjuntiva mostrou-se simplista. Opor-se a Lula, ou ao petismo, não pode significar apoiar uma candidatura ou, por si só, justificar um voto. Nem mesmo o voto útil que se verificou em 2018, para derrotar o PT, pode ser explicação para apoiar um candidato qualquer. Já tivemos presidentes que não mereciam estar no posto, como Dilma, que foi levada ao poder por Lula e depois mostrou-se incapaz de governar, ou Bolsonaro, levado pelo antipetismo a um lugar onde jamais teria que estar", escreveu Merval.

    "Aparentemente não há mais tempo para uma terceira via, embora as últimas pesquisas mostrem um crescimento de Ciro Gomes e Simone Tebet. Mas há tempo para forçar um segundo turno em que o provável vencedor, Lula, seja obrigado a negociar com esses outros dois candidatos para fazer um governo de amplo espectro, não apenas da esquerda periférica do PT", finalizou.

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