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    Mídia tenta, mas não adianta blindar Paulo Guedes, diz Fernando Brito

    O jornalista Fernando Brito critica a cobertura da imprensa sobre a conta offshore de Paulo Guedes. "O Globo nem mesmo publica a notícia e deixa o assunto para sua subsidiária, o G1", destaca. "O Estadão dá uma pequena chamada", acrescenta

    Ministro Paulo Guedes (Foto: Isac Nobrega - PR)

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    Por Fernando Brito, do Tijolaço - É inacreditável a tentativa de blindagem da grande mídia ao escândalo de Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Netto, presidente do Banco Central, serem, ao mesmo tempo em que exercem suas funções públicas, dirigentes de empresas offshore em paraísos fiscais no Caribe.

    O Globo nem mesmo publica a notícia e deixa o assunto para sua subsidiária, o G1, que trata do caso como apenas um “conflito de interesses”, quando é, escancaradamente, uma violação da lei que rege o exercício das funções públicas (Lei 8.112, artigos 117 e 132). Agora, no final da noite, a Globonews limitou-se a destacar alguns trechos da Piauí.

    O Estadão dá uma pequena chamada, dizendo que chefes de Estado são acusados de esconder milhões em paraísos fiscais e, em duas matérias, nem sequer cita o ministro e o presidente do Banco Central Brasileiro.

    É isso o que chamam de “jornalismo profissional”? Deus me livre, viva o amadorismo, então.

    Notem que são jornais que, nos editoriais, dizem-se em oposição a este governo e desancam a política econômica de ambos.

    Mas não acham errado o dinheiro lá fora, em paraísos fiscais, mesmo depois do governo brasileiro ter feito, desde o governo Dilma e, até concluir-se no Governo Temer, um programa de repatriação de capitais no qual, pagando-se o imposto devido, fortunas guardadas lá fora poderiam ser legalizadas, em condições vantajosas, e trazidas para dentro do Brasil.

    Só a Folha dá manchete, ainda assim para uma reportagem da revista Piauí, que integra seu grupo empresarial e, ao lado do Poder360, da Agência Pública e do site Metrópoles são aos brasileiros que estiveram num consórcio que reúne jornais do prestígio do The New York Times, Washington Post, The Guardian e dezenas de outros de credibilidade mundial.

    Parece que Paulo Guedes escolheu bem o nome de sua empresa caribenha: Dreadnoughts, que significa encouraçado, os navios blindados que eram o terror dos mares até a 2a. Guerra Mundial, quando as grossas chapas de metal passaram a não vale nada diante do crescente poderio das bombas e foguetes.

    Pois é também assim que a blindagem midiática será em relação a esta vergonha: inútil.

    Paulo Guedes era, até agora, o ministro da inflação. Agora, é o ministro dos milhões no Caribe.

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