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    "Não ocidental, mas não antiocidental": novos membros do BRICS reforçam multipolaridade, diz Global Times

    Segundo o veículo chinês, o bloco não foi criado para confrontar o Ocidente, mas para promover uma alternativa inclusiva às relações internacionais

    Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia (Foto: Alexander Nemenov/Pool via Reuters)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - No primeiro dia de 2025, nove países — Belarus, Bolívia, Indonésia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia e Uzbequistão — oficializaram sua entrada como parceiros do BRICS. De acordo com editorial do Global Times desta sexta-feira (3), a expansão marca um novo marco na trajetória do bloco, fortalecendo sua relevância econômica e seu papel na construção de um mundo multipolar.

    Segundo Wang Youming, diretor do Instituto de Países em Desenvolvimento no Instituto Chinês de Estudos Internacionais, a adesão dos novos membros reflete o impulso crescente de países do Sul Global em desafiar a ordem internacional que consideram injusta e desigual. A expansão, segundo ele, simboliza a ascensão coletiva do Sul Global e sua busca por maior equidade nas relações globais.

    Em resposta a esse crescimento, parte da mídia ocidental demonstrou apreensão. A Voice of America, por exemplo, afirmou que a ampliação do BRICS "destaca aspirações geopolíticas e rivalidades com o Ocidente". Críticas semelhantes têm caracterizado o bloco como uma aliança antiocidental, uma ideia que o editorial do Global Times rejeita categoricamente.

    Segundo o veículo chinês, o BRICS não foi criado para confrontar o Ocidente, mas para promover uma alternativa inclusiva às relações internacionais. Desde sua fundação, o bloco tem se posicionado como um mecanismo de cooperação multilateral que evita o jogo de soma zero típico das grandes potências, buscando diálogo em vez de confronto e parceria em lugar de alinhamento.

    O editorial destaca que a demanda crescente por um sistema mais justo e multipolar é o principal motor do crescimento do BRICS. Frente ao predomínio hegemônico de potências ocidentais nas últimas décadas, o bloco tem se consolidado como uma plataforma onde países em desenvolvimento podem cooperar, ter voz ativa e contribuir para reformas na governança global.

    A expansão do BRICS também oferece uma alternativa para o Sul Global evitar a tradicional pressão geopolítica de "escolher lados", promovendo maior autonomia em um mundo multipolar. Essa abordagem inclusiva e flexível tem atraído um número crescente de países interessados em aderir ao bloco.

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