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    "Para que não aconteça mais", diz Miriam Leitão sobre áudios que comprovam prática de tortura na ditadura militar

    A jornalista, responsável por divulgar os áudios, afirma que o objetivo é garantir que a história do país sob a ditadura não sofra distorções

    A ficha de Miriam no processo em que denuncia tortura (Foto: Reprodução)

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    247 - Após revelar em artigo no jornal O Globo a existência de uma série de áudios que comprovam a prática de tortura contra presos políticos durante a ditadura militar, a jornalista Miriam Leitão, na TV Globo nesta segunda-feira (18), disse ser importante divulgar o material para que os crimes cometidos durante o regime militar não voltem a acontecer.

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    Miriam Leitão foi uma das vítimas da ditadura e foi torturada. Recentemente, a jornalista foi atacada de maneira vil pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que debochou da tortura sofrida por Miriam, em sessão que contou até mesmo com a utilização de uma cobra.

    A jornalista disse ser "difícil" ouvir os áudios que mostram as vítimas da ditadura denunciando ao próprio Superior Tribunal Militar (STM) a prática de tortura. "É difícil sim. Por outro lado, meu caso é até leve perto de tudo que aconteceu. Você viu a história da Nádia, que foi torturada de uma forma tão violenta que perdeu o filho. Foram inúmeros casos de aborto de mulheres grávidas. Tudo isso é importante ser contado para ficar registrado para a história, e para que não aconteça mais". 

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    Ela lembrou que atualmente há quem clame pela volta da ditadura e nega que tais crimes tenham ocorrido. Os áudios, afirma a jornalista, são importantes para garantir que a história do país não sofrerá distorções e será contada da forma como aconteceu. "Dentro desses áudios se vê muita discussão entre os ministros. Alguns duvidam, outros querem provas, outros afirmam, mesmo defendendo a ditadura militar, que aquilo não podia acontecer. É um debate importante que os historiadores estão trazendo porque mesmo hoje se nega o que aconteceu, e a gente não pode ter uma visão errada da história, isso precisa ficar [claro] para que entendamos a história brasileira como ela aconteceu e para que isso não se repita nunca mais".

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