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    Twitter exclui Brasil de ferramenta anti-fake news sobre vacinação usada nos EUA há 5 meses

    Recurso em fase de testes está disponível desde agosto para usuários nos Estados Unidos, na Coréia do Sul e na Austrália

    (Foto: ABr)
    Juca Simonard avatar
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    Brasil de Fato - O Twitter não tem previsão de implementar no Brasil uma ferramenta para denunciar a publicação de notícias falsas sobre a pandemia de covid-19 e a vacinação. O recurso está disponível desde agosto para usuários da plataforma nos Estados Unidos, na Coréia do Sul e na Austrália.

    A informação foi fornecida ao Brasil de Fato pela assessoria de imprensa do Twitter Brasil. Em nota enviada à reportagem, a plataforma afirma que o recurso segue em fase de testes e que a "ampliação do teste e eventual implementação da ferramenta dependerá dos resultados aferidos".

    A ferramenta que permite denunciar os conteúdos antivacina está habilitada nos três países desde 17 de agosto de 2021. "Estamos avaliando se esta é uma abordagem eficaz, então estamos começando aos poucos", disse o Twitter, na ocasião.

    Desde então, a plataforma não publicou relatórios ou atualizações sobre o andamento e os resultados do teste. A funcionalidade, contudo, continua disponível para usuários dos três países. O caso é alvo de questionamentos nas redes sociais desde o ano passado.

    A fundadora da Agência Lupa, Cristina Tardáguila, se manifestou sobre o tema nas últimas semanas. Segundo ela, é um "desrespeito" aos usuários brasileiros o fato de a plataforma não ter liberado o recurso no país.

    "O silêncio do Twitter Brasil me parece um acinte. Um desrespeito mesmo. Por que razão as políticas da plataforma são diferentes nos EUA e Brasil? Por que a ferramenta denúncia de conteúdo falso sobre covid-19 já existe em português mas não funciona em território nacional?", questionou.

    Com taxas altas de vacinação na população, o Brasil viu crescer os questionamentos sobre a vacina nos últimos meses. O Twitter tem sido um dos principais canais de comunicação de porta-vozes do movimento antivacina, como Janaína Paschoal, Guilherme Fiúza e Alexandre Garcia.

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a ter publicações falsas sobre a pandemia deletadas pela plataforma. As remoções de conteúdo ocorreram a partir dos mecanismos internos de moderação adotados pelo Twitter, e não por denúncias de cidadãos brasileiros.

    Atualmente, no Brasil, não há nenhuma forma de encaminhar à plataforma denúncias sobre a disseminação de mensagens falsas e que questionam a eficácia da imunização contra o coronavírus. A covid-19 já matou mais de 600 mil pessoas no país, número superior aos países onde há a ferramenta.

    Leia a nota do Twitter na íntegra:

    O Twitter está testando, por enquanto nos EUA, Coreia do Sul e Austrália, a possibilidade de as pessoas denunciarem conteúdos que estejam potencialmente em violação de suas regras relacionadas à covid-19. 

    Este seria um passo complementar aos esforços proativos iniciados e aprimorados globalmente pela plataforma desde março de 2020, incluindo parcerias com especialistas e autoridades no assunto como a Organização Mundial de Saúde - e localmente a Organização Pan-Americana de Saúde, OPAS -, para identificar e agir sobre conteúdos que violem as políticas do Twitter.

    A ampliação do teste e eventual implementação da ferramenta dependerá dos resultados aferidos.

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