Vitória de Petro na Colômbia deixa Bolsonaro cada vez mais isolado na América Latina, diz Kotscho
"De 2018 para cá, o mundo mudou, a América Latina está mudando, só o capitão ainda não percebeu", destaca o jornalista Ricardo Kotscho
247 - O jornalista Ricardo Kotscho avalia, em sua coluna no UOL, que “Bolsonaro perdeu em todas as eleições disputadas nos últimos anos na América Latina” e que está cada vez mais isolado junto aos demais países da America Latina. "A onda conservadora que o levou ao poder evaporou-se no ar e deu lugar a uma constante guinada à esquerda, que atingiu até a Colômbia, país que neste domingo elegeu Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda da sua história”, destaca Kotscho.
“O próprio presidente brasileiro passou recibo na sua única manifestação até agora sobre as eleições colombianas. Como informou Mônica Bergamo nesta segunda-feira, Bolsonaro enviou a um restrito grupo a reportagem da BBC News Brasil com o título ‘Ex-guerrilheiro vence eleição na Colômbia e será primeiro presidente de esquerda no país’. Abaixo da foto, ele escreveu: ‘Cuba... Venezuela... Argentina... Chile... Brasil ???’. Sim, o Brasil deve ser o próximo, segundo todas as pesquisas sobre as eleições presidenciais de 2022” ressalta o jornalista.
Ainda segundo ele, “o capitão ficou cada vez mais isolado na América Latina, agora também sem a proteção do seu ídolo Donald Trump, que corre o risco de ser processado nos Estados Unidos por ter conspirado contra a eleição de Joe Biden, promovendo a invasão do Capitólio”. “Se Bolsonaro pensa em fazer o mesmo no Brasil caso perca as eleições, como já anda ameaçando, é bom tomar cuidado. A maré não está a seu favor, o vento virou”, alerta.
“De 2018 para cá, o mundo mudou, a América Latina está mudando, só o capitão ainda não percebeu que fazer ‘arminha’ com os dedos, acenar de novo com o ‘kit gay’, o ‘perigo vermelho’ e o ‘combate à corrupção’, com o Centrão a tiracolo, já não assustam mais ninguém. Seu discurso e suas bandeiras estão com o prazo de validade vencido, envelheceram. O antipetismo deu lugar ao antibolsonarismo”, avalia Kotscho.
“O tempo agora é outro, como mostraram as vitórias de Gabriel Boric, no Chile, e Gustavo Petro, na Colômbia, dois líderes da nova esquerda latino-americana mais preocupados com a justiça social e a defesa do meio ambiente, o combate à fome e à miséria, que também são as prioridades de Lula no Brasil, como foram no seu governo”, ressalta.
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