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    A história da mãe de Donald Trump, uma imigrante escocesa que chegou aos EUA com US$ 50 no bolso

    Mary Anne MacLeod chegou aos EUA aos 18 com visto de imigrante. Apesar de Trump dizer que viajou como turista, documentos mostram intenção de residência

    Mary Anne Trump em 1999, pouco antes de falecer, com os filhos Elizabeth e Donald, acompanhado da então namorada, Melania Knauss (Foto: Getty Images via BBC)
    Camila França avatar
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    247 - Entre os milhões de imigrantes que chegaram aos Estados Unidos nas primeiras décadas do século 20, Mary Anne MacLeod se destaca por sua trajetória de superação. Nascida em Tong, um vilarejo na Ilha de Lewis, no norte da Escócia, ela desembarcou em Nova York em 11 de maio de 1930, com apenas 18 anos e US$ 50 (o equivalente a cerca de US$ 950 hoje) no bolso. A informação foi revelada pela BBC News Mundo, que analisou documentos históricos digitalizados pela Fundação Estátua da Liberdade – Ellis Island.

    MacLeod entrou legalmente no país com um visto de imigrante, emitido três meses antes de sua partida no porto de Glasgow a bordo do navio Transilvânia. Embora o presidente Donald Trump, o quarto de seus cinco filhos, tenha afirmado em diversas ocasiões que sua mãe viajou inicialmente como turista, documentos alfandegários indicam que ela planejava permanecer nos Estados Unidos desde o início. “Ela veio com um visto de imigrante para ter residência permanente”, explicou Barry Moreno, historiador do Museu Nacional da Imigração de Ellis Island, à BBC News Mundo.

    Mary Anne era a caçula de uma família com nove irmãos e cresceu em uma comunidade marcada pela pobreza e pela falta de perspectivas após a Primeira Guerra Mundial. Seu pai, Malcolm, administrava uma agência dos correios e uma pequena loja, o que garantia à família uma situação financeira ligeiramente melhor que a média local, segundo o genealogista Bill Lawson.

    Seguindo os passos de três de suas irmãs, que já haviam emigrado, MacLeod registrou a irmã Catherine como sua recebedora em Astoria, Queens, e declarou "doméstica" como sua profissão ao entrar nos EUA. “Doméstica pode significar várias coisas, desde trabalhos em casas de família até funções em serviços domésticos de forma mais ampla”, detalhou Moreno.

    Entre 1930 e 1934, Mary Anne residiu de forma contínua em Nova York. Durante esse período, conheceu Fred Trump, um jovem construtor de ascendência alemã e um dos solteiros mais cobiçados da cidade. O casal se casou, e Mary Anne se naturalizou cidadã americana em 1942.

    Apesar de sua origem como imigrante, a história de Mary Anne MacLeod contrasta com a retórica contra a imigração adotada por Donald Trump durante seus mandatos presidenciais. Uma de suas primeiras medidas ao reassumir a presidência foi assinar ordens executivas que restringem direitos de imigrantes, o que reforça as contradições entre a trajetória familiar e seu discurso político.

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