Ex-pastor e jurista denunciam crimes cometidos pela Igreja Universal em Angola
O processo contra a Igreja de Edir Macedo no país africano foi o tema do programa “Um Tom de resistência” na TV 247. ‘A Igreja Universal em Angola cometeu crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e esterilização obrigatória dos pastores’, denunciou o ex-pastor angolano Tavares Armando. Assista
247 - Graves denúncias envolvendo pastores e bispos ligados à direção da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola colocaram a organização religiosa na mira da justiça do país. O apresentador Ricardo Nêggo Tom conversou na TV 247 com o jurista angolano Hélder Chihuto e o jornalista e ex-pastor angolano Tavares Armando a respeito das acusações que pesam sobre a instituição.
“A princípio, os templos da Universal estão apreendidos por conta das denúncias feitas pelos pastores angolanos junto à PGR e a outros órgãos judiciais. Durante os 30 anos que a IURD existe em Angola, ela cometeu vários crimes. Crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e esterilização obrigatória dos pastores através da vasectomia. Acredito que após a averiguação da justiça e, consequentemente, com a punição de todos os envolvidos nesses crimes, os templos serão reabertos aos fiéis angolanos”, explicou Tavares.
Para Hélder Chihuto, conhecido como o “embaixador do povo” em Angola, “esse despacho de apreensão é uma medida cautelar. Há fortes indícios de que esse patrimônio construído pela Universal em Angola seja fruto dos crimes cometidos por membros da instituição. São crimes de natureza pública e alguns de dimensão transnacional. Como no caso do crime de evasão de divisas. Além de outros ilícitos de menor dimensão, do ponto de vista do relevo jurídico, que também suscitam por parte do órgão da autoridade judiciária a pertinência de investigar com todo afinco para se apurar a verdade da prova material, e aquilo que se chama no direito processual penal de a prova objetiva do crime. Enquanto o processo está em tramitação, essa medida visa proteger.”
Tavares Armando também falou de sua ligação com a Universal e contou alguns episódios ocorridos no período em que foi pastor da instituição. “Eu fiquei como pastor na Universal aproximadamente uns sete anos, e a razão da minha saída foi porque eu cansei. O sistema da Igreja é cansativo e deixa o pastor agastado. É a teologia da prosperidade a qualquer custo. O que é pregado na Universal é apenas isso. Você tem que dar para Deus te abençoar. Segundo a doutrina da igreja, o homem abençoado é aquele que tem bens materiais. O obreiro abençoado é aquele que tem dinheiro. Não importa a sua conduta ou se ele cometeu crimes para consegui-lo. Na Universal, um pastor tem uma meta financeira mensal a arrecadar para a igreja. Caso ele não consiga atingir essa meta, ele é humilhado e chamado de ‘derrotado’ pela liderança, e ainda perde os bens que possui”, revelou.
A situação é tão tensa entre a direção brasileira da igreja e os pastores nativos, que houve um episódio no qual pastores brasileiros da IURD e um grupo de homens armados invadiram um templo em Luanda e entraram em confronto pelo controle do local. Tavares Armando conta que “os pastores angolanos passaram a ser os legítimos gestores da Igreja Universal em Angola, e esse grupo de meliantes encabeçado pelo pastor Douglas de Oliveira invadiram de madrugada a catedral do Morro do Bento em Luanda, com o intuito, segundo os pastores que lá estavam, de atentar contra a vida dos pastores angolanos. Graças a Deus, eles estavam atentos e conseguiram acionar a polícia a tempo. Alguns desses homens foram capturados, algemados e saíram de lá presos. Porém, estranhamente foram soltos no dia seguinte”.
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