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    “Absolutamente sem nenhuma lógica”, diz presidente da Fepal sobre escritório da Apex-Brasil em Jerusalém

    O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Ualid Rabah, falou à TV 247 sobre a inauguração de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em Jerusalém, o que foi classificado por Eduardo Bolsonaro como “primeiro passo para a transferência da embaixada (do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém)”

    Eduardo Bolsonaro e Ualid Rabah (Foto: Reprodução | Fepal)

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    247 - O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, conversou com a TV 247 sobre a inauguração de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em Jerusalém. De acordo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a medida é o “primeiro passo para a transferência da embaixada (do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém)”.

    Ualid Rabah afirmou que a inauguração do escritório da Apex-Brasil não tem nenhuma lógica, sob o ponto de vista político ou econômico. “Ela é uma iniciativa absolutamente sem nenhuma lógica geopolítica, política, diplomática ou econômica. Um escritório de negócios em Jerusalém fará mais negócios estando ali do que estando em Tel Aviv, por exemplo? Óbvio que não. Então sob o ponto de vista da facilitação dos negócios, nenhuma lógica tem”.

    Ele explicou que não há sentido político na questão do escritório porque resoluções internacionais proíbem que Jerusalém seja considerada a capital de Israel. “Sob o ponto de vista político, de prestigiar Israel, teria algum sentido? Não, porque as resoluções da ONU e todas as demais convenções e tratados internacionais proíbem que Jerusalém seja a capital de Israel. A própria resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, que segue em vigor para a questão de Jerusalém, a dá como uma cidade internacionalizada, consequentemente, Israel descumpre essa legislação”.

    Ele mostrou também que as transações comerciais com países árabes são mais rentáveis ao Brasil do que a relação com Israel, que dá prejuízo ao Brasil. “Do ponto de vista econômico, que vantagens tem o Brasil com Israel? Em uma troca de comércio exterior com os países árabes, o Brasil tem uma balança comercial de US$ 17,7 bilhões no acumulado do ano, isso vai aumentar até o final do ano. E o Brasil tem um saldo comercial favorável de US$ 4,87 bilhões, ou seja, quase US$ 5 bilhões de superávit na balança comercial com os países árabes. Com Israel o Brasil tem, olhe o absurdo, uma troca de aproximadamente US$ 1,4 bilhão e um déficit com Israel de US$ 763 milhões. Quer dizer, o Brasil troca relações comerciais que lhe dão US$ 5 bilhões, e pode fechar o ano com US$ 6 bilhões superávit, e favorece um país que lhe dá prejuízo, que pode fechar o ano com prejuízo de US$ 1 bilhão. Qual a lógica que isso tem?”.

    Para Ualid Rabah, a inauguração do escritório em Jerusalém só pode ser benéfica a fanáticos religiosos ou a quem ganha com os prejuízos do Brasil, como empresários e pessoas ligadas ao mercado financeiro.

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