Alemanha e França preparam novos lockdowns enquanto Covid assola Europa
Mortes por Covid-19 em toda a Europa aumentaram quase 40% em uma semana, e os mercados financeiros despencavam devido ao temor dos prováveis custos econômicos
Por Andreas Rinke, Sudip Kar-Gupta
BERLIM/PARIS (Reuters) - Alemanha e França estavam se preparando para anunciar nesta quarta-feira restrições semelhantes às dos lockdowns generalizados de meses atrás, conforme as mortes por Covid-19 em toda a Europa aumentaram quase 40% em uma semana, e os mercados financeiros despencavam devido ao temor dos prováveis custos econômicos.
A chanceler alemã, Angela Merkel, agendou uma teleconferência com premiês estaduais para debater o fechamento de restaurantes e bares, mantendo escolas e creches abertas e só permitindo que as pessoas saiam acompanhadas de familiares.
Na França, que está testemunhando mais de 50 mil casos novos por dia, o presidente Emmanuel Macron fará um pronunciamento televisionado de noite e deve anunciar mais limitações à circulação na esteiras dos toques de recolher adotados em grande parte do país na semana passada.
A rede de notícias BFM TV relatou que o governo está cogitando um lockdown de um mês a partir da meia-noite de quinta-feira, mas não havia confirmação do gabinete de Macron.
As medidas, que seguem ações semelhantes da Itália e da Espanha, devem manter as escolas e a maioria dos negócios funcionando e ser menos rigorosas do que os lockdowns quase totais impostos em março e abril, no início da crise.
Mas o fardo econômico provavelmente será pesado e anulará os sinais frágeis de recuperação vistos durante o verão, o que cria a perspectiva de uma recessão duplo mergulho (“double-dip”). Os mercados de ações europeus atingiram seus níveis mais baixos desde junho nesta quarta-feira, e o euro caía diante do dólar.
Embora os líderes estejam buscando evitar os custos avassaladores dos lockdowns, as novas medidas refletem o alarme crescente com o ritmo galopante da pandemia desde a Espanha, a Alemanha e a França até a Rússia, a Polônia e a Bulgária.
“Se esperarmos até as unidades de tratamento intensivo estarem cheias, será tarde demais”, disse o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, cujo país já recebeu pacientes da vizinha Holanda, onde os hospitais atingiram o limite.
A esperança de que novos tratamentos possam conter a pandemia sofreram um golpe quando a chefe da força-tarefa britânica encarregada de obter possíveis vacinas contra Covid-19 disse que uma vacina totalmente eficiente pode nunca ser desenvolvida e que as versões iniciais provavelmente serão imperfeitas.
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