Analista americano: por teoria jurídica fraca, Trump recebe apoio popular e eleva chance eleitoral
Um grande júri de Manhattan indiciou Donald Trump, tornando-o o primeiro ex-presidente a enfrentar acusações criminais
Sputnik - Um grande júri de Manhattan indiciou Donald Trump, tornando-o o primeiro ex-presidente a enfrentar acusações criminais. Não ficou imediatamente claro a que o indiciamento estava relacionado ou a quais acusações Trump enfrentará. A acusação está sob sigilo.
Entretanto, sabe-se que está sob investigação do escritório do promotor público de Manhattan o pagamento de US$ 130 mil (R$ 660 mil) feito a Stormy Daniels, atriz de filmes pornôs que alegou ter tido um caso com Trump. O presidente nega.
Michael Cohen, o ex-advogado de Trump que preencheu o cheque para Daniels nos últimos dias da campanha de 2016, foi preso em parte pelo pagamento, o qual os promotores federais acreditam ter sido uma doação ilícita de campanha, de acordo com registros do tribunal.
Além disso, é acusado de mais de 30 episódios de fraude empresarial.
Na visão do professor de ciências políticas da Universidade de Iowa, Timothy Hagle, entrevistado pela Sputnik, as acusações feitas ao ex-presidente não têm peso necessário para serem levadas no formato jurídico em que estão sendo levadas, e a ação parece mais um ato político.
"Ainda não sabemos os detalhes das acusações, mas elas são como parecem ser: baseadas em vazamentos. Muitos especialistas jurídicos denunciaram a teoria jurídica na qual as acusações se baseiam. Isso faz com que pareça nada mais que outra tentativa política de prejudicar Trump. Muitas pessoas, incluindo as que não são partidárias de Trump, não gostam de como o sistema de Justiça criminal aparentemente é usado para silenciar ou prejudicar um oponente político", afirmou.
Para Hagle, essa interpretação da acusação feita inclusive por quem não é apoiador de Trump, ajudou para que as pesquisas eleitorais e as arrecadações de fundos para o ex-presidente crescessem em números: "Isso fez com que muitos que não gostam particularmente dele, se não vierem exatamente em sua defesa, pelo menos critiquem o que está acontecendo com ele", acrescentou.
"[...] Vimos um aumento nas pesquisas para ele nos últimos dias. Também não é surpreendente que tenha havido um aumento acentuado em sua arrecadação de fundos. Esses picos geralmente ocorrem quando um político é atacado de alguma forma. O político geralmente envia comunicados de arrecadação de fundos, notando que seus oponentes estão de volta e pedindo doações."
Ao mesmo tempo, o professor é questionado o porquê de Trump ter pedido para ser algemado ao sair do tribunal, se fosse o caso, e se isso seria um espetáculo.
"Se ele sugeriu que queria ser algemado, provavelmente seria, como você sugere, pelo espetáculo disso. Isso permitiria novamente que ele argumentasse que está sendo perseguido politicamente", diz.
Hagle também acredita que, se há "algo mais substantivo nas acusações", Trump "pode usar como outro exemplo de perseguição política pela esquerda".
"Ele se encaixa na narrativa e nos exemplos anteriores de como a esquerda tentou prejudicar Trump de uma forma ou de outra. Por causa de falsas acusações no passado, tudo o que eles fazem agora suspeitam, o que Trump poderá explorar a seu favor."
A entrevista com Hagle foi realizada antes do ex-presidente deixar o tribunal. Mais tarde, Trump se declarou inocente das 34 acusações contra ele apresentadas na audiência e deixou o prédio em Mahanttan às 17h28 de Brasília. É esperado um discurso de Trump ainda hoje na Florida.
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