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    Aos 98 anos, Kissinger defende que Ocidente aceite a entrega do Donbass à Rússia

    Nome icônico da diplomacia estadunidense, o ex-secretário de Estado propõe uma saída realista para a guerra

    Diplomata Harry Kissinger e guerra na Ucrânia (Foto: Reuters)

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    247 - O diplomata Henry Kissinger, icônico ex-secretário de Estado dos Estados Unidos que exerceu importante influência na política externa do país entre 1968 e 1976, defendeu que a Ucrânia deveria abrir mão de parte do seu território para encerrar a guerra contra a Rússia.

    "As negociações [entre Moscou e Kiev] precisam começar nos próximos dois meses antes que criem reviravoltas e tensões que não serão facilmente superadas", disse Kissinger durante discurso em Davos, no Fórum Econômico Mundial. "Idealmente, a linha divisória deveria ser um retorno ao status quo anterior. Prosseguir a guerra além desse ponto não seria sobre a liberdade da Ucrânia, mas uma nova guerra contra a própria Rússia."

    Kissinger também deu um recado aos países do Ocidente, alertando que a busca pela imposição de uma derrota sobre a Rússia pode desestabilizar as estruturas de poder da Europa. Disse ainda que isso representaria um risco de deixar Moscou mais próxima da China. "Espero que os ucranianos correspondam com sabedoria ao heroísmo que eles têm demonstrado", disse, acrescentando que é mais apropriado à Ucrânia ser um Estado neutro do que um país totalmente integrado à Europa.

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