Aproximação da Moldávia com a Otan preocupa região autônoma pró-Rússia
A Moldávia, que realiza um exercício conjunto com os EUA, está direcionando sua bússola política para o oeste
247 - A Moldávia está reforçando sua cooperação militar e política com os Estados Unidos e a Europa. Neste domingo (29), uma aeronave da Otan, o C-17 Globemaster, pousou no aeroporto de Marculesti, no norte do país. Este movimento faz parte dos exercícios militares conjuntos Aurochs Partner-2023, que verão mais de 200 militares da Moldávia e dos EUA realizando várias atividades, incluindo saltos de paraquedas, até 31 de outubro. A iniciativa é realizada nos centros de treinamento do regimento de aviação Decebal em Marculesti e na brigada de infantaria motorizada da Moldávia na cidade de Balti.
A ação ocorre após exercícios semelhantes realizados em setembro. Na ocasião, forças armadas da Moldávia, Romênia e EUA conduziram o exercício internacional conjunto Rapid Trident. Estes exercícios visam não apenas ao aprimoramento tático, mas também ao reforço das relações diplomáticas e estratégicas entre os países participantes.
Além do aspecto militar, a Moldávia está direcionando sua bússola política para o oeste. O Gabinete de Ministros aprovou recentemente um Plano de Ação Nacional ambicioso que visa a adesão do país à União Europeia até 2030. O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Moldávia, Nicu Popescu, enfatizou a importância deste plano, destacando que o objetivo é preparar a Moldávia para integrar a UE nos próximos anos.
No entanto, essas movimentações não são vistas com bons olhos por todos. A Transnístria, uma região autônoma e pró-Rússia dentro da Moldávia, tem protestado contra as aproximações. Vitaly Ignatyev, o ministro das Relações Exteriores da República Moldávia Pridnestroviana (PMR), expressou preocupação com os exercícios militares da Moldávia com a OTAN, interpretando-os como preparações militares.
"Injeções demonstrativas no exército moldávio, um número sem precedentes de exercícios conjuntos com contingentes de países da OTAN, treinamento constante de reservistas são difíceis de interpretar como algo além de preparações militares”, disse Ignatiev à agência Sputnik.
A situação é ainda mais delicada considerando a recente invasão da Ucrânia e a subsequente decisão das autoridades ucranianas de fechar e proteger com tanques a seção transnistriana da fronteira Moldávia-Ucrânia. A Transnístria, em sua posição estratégica, pode ser vista como um ponto focal em futuros desenvolvimentos na região. A imprensa ucraniana dedicou muitas colunas à análise deste assunto e chegou mesmo a sugerir que uma possível derrota russa na guerra da Ucrânia deveria resultar na dissolução da Transnístria. (Com informações da Sputnik).
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