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    Biden celebra 1º ano de mandato e historiadora alerta: há risco real de guerra civil nos EUA

    A jornalista Lúcia Guimarães, correspondente nos EUA, escreve sobre novo livro de Barbara F Walter: “Como uma Guerra Civil começa”

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    247 – “Como seria uma guerra civil em solo americano neste século 21? Essa pergunta faz sentido? O assunto não é simples, mas as respostas são assustadoras e podem ser encontradas em um livro lançado neste mês”, escreve provocativamente a jornalista Lúcia Guimarães em sua coluna no jornal Folha de S Paulo nesta 5ª feira. E prossegue: “A historiadora Barbara F. Walter estuda guerras civis no mundo há mais de 30 anos. Nunca se debruçou sobre a instabilidade política nos EUA. Até recentemente, seu país era o primeiro nas listas de democracias mais antigas do mundo. Não é mais, especialmente depois da tentativa de golpe de Estado com a invasão do Capitólio.”

    Em 2018, a historiadora americana, professora da Universidade da Califéornia, iniciou a coleta de material e os estudos para o livro "How Civil Wars Start: And How to Stop Them" (como as guerras civis começam: e como detê-las)”. Barbara Walter havia sido recrutada pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA, órgão de Estado) com a missão específica de “não estudar os Estados Unidos”. O objetivo seria analisar outras Nações que teriam a Democracia em risco. 

    Contudo, “A experiência convenceu a historiadora, bem antes do 6 de Janeiro, de que seu país já tinha avançado para o segundo estágio considerado propício a uma guerra civil. Os estágios podem ser encontrados online, já que a CIA publicou a atualização de seu Guia da Insurgência”, diz a brasileira Lúcia Guimarães em seu texto sobre o livro lançado este mês nos EUA e ainda sem data de chegar ao Brasil (disponível por e-book em inglês na plataforma Amazon).Segundo Walter, “o primeiro estágio (de uma guerra civil) é organizacional —extremistas se reúnem em torno de causas—, e a eleição de Barack Obama, em 2008, foi uma bonança para a formação de milícias brancas”. A partir daí, a historiadora elenca uma sucessão assustadora e progressiva de fatos que terminaram por ocorrer nos Estados Unidos: “No segundo (estágio), grupos começam a se armar, e episódios de violência são tratados pelo governo como incidentes isolados. O ataque ao Capitólio fez alguns analistas americanos especularem se o país já tinha passado para o terceiro estágio, o da insurreição aberta”. Para Barbara Walter, de acordo com o texto de Lúcia Guimarães, “ainda não chegamos lá”.

    Historiadora alerta para risco de “anocracia”. Bolsonaro tentou isso aqui

    Por fim, em seu livro, a professora da Universidade da Califórnia alerta para o estabelecimento da “anocracia”. Ou, o estado de “não-governo” ou de Estado autocrático em formação (como Jair Bolsonaro, descaradamente, tentou fazer com o Brasil em episódios determinados. O último deles, o 7 de setembro de 2021). 

    “Ela alerta para duas tendências alarmantes em curso”, escreve Lúcia Guimarães ainda sobre o livro de Barbara Walter. “O país já é o que ela chama de anocracia, ou seja, não mais uma democracia completa, mas ainda não uma autocracia consumada. Se continuarem os esforços ativos do Partido Republicano para suprimir o voto de minorias prestes a se tornar maiorias e se a ultradireita tentar de novo roubar uma eleição, vai ser difícil tomar o caminho de volta”.Na conclusão do artigo na Folha de S Paulo, Guimarães elenca uma série de desdobramentos que parecem dialogar com o Brasil atual – e isso é perturbador. “A guerra civil do século 21”, escreve a historiadora, de acordo com a jornalista brasileira, “deve se assemelhar mais a uma de guerrilha, com uso de táticas terroristas”. Apesar de ter estudado a violência política em países diferentes, como Líbia e Irlanda do Norte, a historiadora americana explica que nota “dois fatores comuns para alimentar uma guerra civil. O mais importante é o país ser uma democracia parcial (ou anocracia). O segundo é a população começar a rachar em grupos religiosos, étnicos ou raciais e formar partidos políticos que visam excluir os outros”.

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