Boric exorta os líderes latino-americanos a condenar a Rússia por "guerra imperial inaceitável"
Segundo o presidente chileno, a Rússia violou o direito internacional. Ele também criticou a Nicarágua
Télam - O presidente do Chile, Gabriel Boric, exortou nesta terça-feira (18) em Bruxelas os demais líderes latino-americanos a condenarem a "inaceitável guerra de agressão imperial" da Rússia contra a Ucrânia. Essa questão tem bloqueado a declaração final do encontro entre a União Europeia e a Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (CELAC), que chega ao fim nesta terça.
"Neste lugar, está em discussão a situação na Ucrânia. Acho importante que, na América Latina, sejamos claros: o que está ocorrendo na Ucrânia é uma guerra inaceitável de agressão imperial, na qual o direito internacional está sendo violado. Entendo que a declaração conjunta está paralisada hoje porque alguns não querem admitir que a guerra é contra a Ucrânia", afirmou o presidente.
"Caros colegas: hoje é a Ucrânia, mas amanhã pode ser qualquer um de nós. Não devemos hesitar por causa da complacência que possa existir, em algum momento, com qualquer líder", acrescentou ele, segundo citação do jornal local La Tercera.
Ele ainda enfatizou: "Não importa se o presidente de um país gosta ou não gosta. O que importa é o respeito ao direito internacional, e aqui ele foi claramente violado, não por ambas as partes, mas por uma parte que está invadindo, a Rússia. É importante que digamos isso claramente para poder avançar com os acordos."
Além disso, o presidente chileno alertou que, para aprofundar a relação "em todos os aspectos" entre os dois blocos, "é necessário que a Europa veja e compreenda a América Latina e o Caribe como iguais".
"Ainda temos um longo caminho a percorrer em termos culturais nessa direção. Para isso, acredito que algumas questões básicas são essenciais. Pelo menos concordar em duas coisas: o respeito irrestrito aos direitos humanos como um avanço civilizacional, independentemente da cor do governo que está no poder", afirmou.
"Nesse sentido, sinto-me no dever de dizer que situações como as que ocorrem atualmente na Nicarágua ou a terrível crise que levou ao êxodo de mais de 6 milhões de pessoas não devem ser toleradas na América Latina ou em qualquer parte do mundo, incluindo os venezuelanos (...). No entanto, devemos pensar juntos sobre qual caminho seguir para resolver isso, em vez de ampliar o problema", enfatizou.
Nesse contexto, Boric afirmou também que "as sanções impostas unilateralmente não estão contribuindo para a solução". "As sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela não contribuem para resolver o problema no país. O bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba não contribui em nada para o povo cubano, e muito menos a inaceitável declaração de Cuba como um país que apoia o terrorismo, o que não é verdade. Devemos rejeitar isso veementemente", concluiu.
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