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BRICS ganha destaque como alternativa às cadeias de dependência econômica globais, dizem analistas

Desdolarização e novas adesões estão entre os principais tópicos a serem debatidos na Cúpula do BRICS, que começa nesta terça-feira, em Kazan, Rússia

Cúpula do Brics em Johanesburgo (Foto: GIANLUIGI GUERCIA/Pool via REUTERS)

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247 - A XVI Cúpula do BRICS começa amanhã (22) em Kazan, Rússia, e terá como foco a revisão de novas adesões ao bloco, além do estabelecimento de mecanismos para promover a desdolarização e consolidar a multipolaridade. Especialistas ouvidos pela Sputnik destacam a relevância desses temas em um momento em que os países em desenvolvimento buscam maior independência econômica.

O evento contará com a participação confirmada de 32 países, e o lema da presidência russa é "fortalecer o multilateralismo para um desenvolvimento global equitativo e segurança". O analista boliviano Martín Moreira enfatiza que, em um cenário global desafiador, "os BRICS se apresentam como um grupo com um potencial fundamental para alcançar uma maior independência".

O bloco não apenas representa quase metade da população mundial, mas também é responsável por mais de 37% do PIB global. O ex-diplomata venezuelano Wilmer Depablos afirma que a tendência até 2028, segundo o presidente Vladimir Putin, é que o BRICS se consolide como uma força superior ao G7 e ao dólar, simbolizando o nascimento de um novo mundo multipolar.

O argentino Sebastián Schulz acrescenta que os membros do BRICS estão atravessando um "ponto de virada" global, enfrentando não apenas a crise do Ocidente, mas também a deterioração da hegemonia norte-americana. O economista venezuelano Jorge Pérez ressalta o potencial do grupo para fomentar alianças políticas, apesar das disparidades internas entre os países membros.

A crescente quantidade de solicitações de adesão ao BRICS demonstra a vontade de diversas nações de participar da estruturação de uma nova ordem internacional. A discussão sobre a forma como novos países poderão se unir ao grupo, seja de forma massiva ou gradual, também será crucial. Por exemplo, Cuba já expressou interesse em se tornar um "país parceiro".

Dora Isabel González, acadêmica da UNAM, vê o BRICS em um "processo de maturidade" e afirma que sua consolidacão pode servir como um contrapeso importante, embora dependa das ações futuras do bloco. Para a América Latina, a adesão de países como a Bolívia poderia sinalizar o início de uma nova era de multilateralismo, permitindo um intercâmbio econômico mais justo.

Outro tema central da cúpula será a implementação de mecanismos monetários que visem desdolarizar o comércio entre os membros. O analista Emilio Hernández sugere que o uso do yuan, uma moeda digital lastreada em ouro, ou um sistema semelhante ao SWIFT poderiam ser considerados para facilitar as transações.

Apesar de Vladimir Putin ter declarado que a criação de uma moeda comum não está na agenda, a discussão sobre medidas que favoreçam transações entre os países do BRICS deverá avançar durante a cúpula, indicando um movimento significativo em direção à autonomia econômica e à redução da dependência do dólar.

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