Catedral de Notre-Dame, em Paris, é reaberta cinco anos após incêndio. Macron expressa "gratidão" (vídeo)
O interior da igreja foi revelado com os vitrais limpos e com todas as suas capelas e estátuas restauradas
RFI - Os sinos da catedral de Notre Dame de Paris voltaram a tocar este sábado, 7 de dezembro, marcando o início das comemorações da reabertura do monumento. No seu discurso, o Presidente francês, Emmanuel Macron, exprimiu sentimentos de gratidão da França para com todos os contribuíram para a restauração da catedral de Paris.
"Esta noite, os sinos de Notre-Dame tocam novamente, dentro de instantes o órgão vai despertar", declarou o chefe de Estado francês, que ao longo do seu discurso evocou a história religiosa, francesa e cultural de Notre-Dame de Paris até o incêndio que devastou o monumento no passado 15 de abril de 2019.
"O fumo escuro, o pináculo que caiu, os minutos de desespero em que tudo poderia cair", evocou Emmanuel Macron, reconhecendo a bravura do que impediram que os sinos caíssem e lembrou que às 22h16, recebeu a mensagem: "o fogo está dominado".
“Cada ajuda, gesto foi necessário. Voltámos a descobrir o que as grandes nações podiam fazer: realizar o impossível”, sublinhou o chefe de Estado francês, perante os cerca de 1.500 convidados.
Emmanuel Macron citou Saint-Louis, o rei que trouxe a coroa de espinhos de Cristo para França. Henrique IV, o rei que trabalhou para reconciliar a França no meio da guerra religiosa. Napoleão, que se coroou na catedral de Paris e do escritor Claudel, que "voltou à esperança" numa noite de 1886.
O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, abriu as portas da catedral para uma cerimónia em dois tempos: política e litúrgica. O arcebispo de Paris começou por bater três vezes com a sua cruz nas portas, abrindo-as novamente ao público.
Seguiu-se a exibição um filme sobre as operações de restauro, e uma homenagem aos 160 bombeiros e artesãos que trabalharam na restauração da catedral de Paris.
Também o arcebispo de Paris mostrou gratidão e agradeceu a generosidade de todos os doadores que permitiram a reconstrução de Notre-Dame.
A assistir na cerimónia estão 1500, entre eles o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Joe Biden está ausente, mas representado pela esposa, Jill Biden. Também presente está o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, americano Elon Musk, o Presidente guineense, Umaro Sisocco Embaló e o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.
O chefe de governo são-tomense diz ter aceitado o convite de Emmanuel Macron para manifestar solidariedade para com o povo francês e defende ser preciso preservar estes monumentos que carregam uma memória colectiva.
Aceitei estar presente para manifestar da amizade e da solidariedade que temos com o povo francês. Trata-se de uma catedral, sim, mas trata-se também de um símbolo que é bastante forte a nível histórico e do património comum. Notre Dame para quem leu Victor Hugo tem esse simbolismo cultural muito forte. Notre Dame é também onde festejou a libertação de Paris em 1944. É uma maneira de dizer que todos esses edifícios, todos esses marcos histórico pertencem à humanidade e devemos tudo fazer para protegê-los, não só em Paris, mas noutros pontos da Síria, da Ásia. Todos esses pontos de memória colectiva, de cultura colectiva ou de tolerância que devemos ter em relação uns aos outros são importantes. Por isso é que eu estou cá. Eu, Patrice Trovoada, que não sou católico, que não sou francês, embora somos um Estado-Membro da francofonia, tínhamos que estar aqui.
O interior da igreja foi revelado com os vitrais limpos e com todas as suas capelas e estátuas restauradas, o público voltou a ouvir o grande órgão de tubos setecentista de Notre-Dame.
Esta reabertura da catedral de Paris tem um significado profundo e reflete a solidariedade internacional, defende a secretária de Estado da Cultura portuguesa, Maria de Lurdes Craveiro.
Espero verdadeiramente a solidariedade entre as várias nações que estão aqui representadas. E espero que este sentido de unidade, de solidariedade e de amizade entre os vários povos se possa projetar para um futuro mais risonho do que aquele que, enfim, as todas as sombras que pairam sobre o mundo inteiro e particularmente a Europa, possam ser dissipadas e possam reconverter se num outro ideal. É verdadeiramente uma situação particularmente interessante e a importância que o património assume neste desempenho e neste percurso que tenta a todo o custo construir a paz nesse sentido de sobrevivência que nos caracteriza a todos.
As condições meteorológicas, com o risco de tempestade e ventos fortes na região de Paris, fez com que e o concerto da Orquestra Filarmónica da Radio France, dirigida por Gustavo Dudamel, fosse gravado na sexta-feira à noite no adro da catedral de Paris.
O programa musical desta noite inclui os franceses Clara Luciani, Vianney e Garou. Artistas internacionais como Angélique Kidjo e Hiba Tawaji, bem como o DJ francês Michael Canitrot.
A cerimónia termina por volta das 20h40, seguido por um jantar oferecido pelo palácio do Eliseu aos chefes de Estado, de governo e de organizações internacionais presentes em Paris.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: