Cerca de 110 mil palestinos fugiram de Rafah devido ao ataque israelense

Prensa Latina - Cerca de 110 mil palestinos fugiram nos últimos dias da cidade de Rafah, sul da Faixa de Gaza, após o início da recente ofensiva terrestre do Exército israelense, denunciou a ONU nesta sexta-feira (10).

“À medida que os bombardeios das forças israelenses se intensificam em Rafah, os deslocamentos forçados continuam”, alertou a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente (UNRWA) na sua conta na rede social X).

Cerca de 110 mil pessoas fugiram daquela cidade em busca de segurança, mas nenhum lugar é seguro na Faixa de Gaza, onde as condições de vida são atrozes, sublinhou.

Na mesma rede social, a porta-voz da UNRWA em Gaza, Louise Wateridge, também criticou a deslocação de palestinianos.

“As famílias continuaram a fazer as malas e a deslocar-se durante toda a noite, as estradas estavam congestionadas”, disse o responsável, que divulgou um vídeo sobre a situação no terreno.

Nos últimos dias, a tensão aumentou em torno da cidade do sul, onde mais de um milhão de pessoas se refugiam.

As tropas israelitas já ocuparam esta semana a passagem fronteiriça com o mesmo nome, que durante os últimos sete meses representou a única porta de entrada para Gaza para alimentos, medicamentos e combustível. 

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou ordenar que as suas tropas entrassem na cidade, apesar da onda de críticas internacionais a uma acção enérgica no meio de uma área densamente povoada por civis, a maioria deles mulheres e crianças. 

Em resposta, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) alertou Israel dias atrás que a sua entrada em Rafah “não será um passeio no parque”. 

A ONU estima que a maioria dos palestinos deslocados na cidade fugiu de outras áreas de Gaza para escapar das bombas das tropas do país vizinho.