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Cessar-fogo em Gaza é mantido pelo segundo dia

Mediadores egípcios buscam realizar conversas entre representantes israelenses e palestinos para colocar fim à guerra que devastou o enclave dominado pelo grupo islâmico Hamas: “Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas”, disse autoridade do Egito

Palestina passa por prédios destruídos em Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza. 03/08/2014 REUTERS/Finbarr O'Reilly (Foto: Roberta Namour)

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Por Nidal al-Mughrabi e Yasmine Saleh
GAZA/CAIRO (Reuters) - Uma trégua em Gaza era mantida nesta quarta-feira à medida que mediadores egípcios buscavam realizar conversas entre representantes israelenses e palestinos para colocar fim à guerra que devastou o enclave dominado pelo grupo islâmico Hamas.

Oficiais egípcios de inteligência se reuniram no Cairo com uma delegação israelense na terça-feira, um dia após se encontrarem com um grupo de palestinos que incluiu enviados do Hamas e do grupo Jihad Islâmica, disseram autoridades do Egito.

“As conversas indiretas entre os palestinos e os israelenses estão avançando”, disse um representante egípcio, deixando claro que ambos os lados não estão se encontrando cara a cara. “Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas."

Fontes egípcias e palestinas disseram que novas discussões devem acontecer no Cairo nesta quarta-feira, com expectativas de uma resposta inicial das demandas de ambas as partes, que até agora não mostraram sinais de concordância.

Israel retirou suas forças terrestres da Faixa de Gaza na manhã de terça-feira e começou um cessar-fogo de 72 horas patrocinado pelo Egito junto ao Hamas, como um primeiro passo para um acordo de longo prazo.

Em Gaza, onde meio milhão de pessoas saíram de casa em meio a um mês de intenso bombardeio, alguns moradores deixaram abrigos da ONU e voltaram para bairros onde quarteirões inteiros foram destruídos por ataques israelenses de artilharia, ao passo que o cheio de corpos em decomposição impregnava o ar.

Ruas em cidades no sul de Israel, as quais vinham sofrendo ataques diários de foguetes vindos da Faixa de Gaza, estavam repletas de crianças brincando.

Os palestinos querem um fim ao bloqueio implementado por Israel e pelo Egito sobre a empobrecida região de Gaza, assim como a liberação de prisioneiros, incluindo aqueles presos em uma operação em junho na Cisjorânia após três seminaristas judeus terem sido sequestrados e assassinados.

Israel tem resistido a essas exigências.

“Para Israel, a questão mais importante é a questão da desmilitarização. Devemos evitar que o Hamas se rearme, devemos desmilitarizar a Faixa de Gaza”, disse Mark Regev, um porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, à Reuters.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma entrevista à BBC, também falou da necessidade de o Hamas desativar seu arsenal de foguetes.

“O que queremos fazer é apoiar os palestinos e seu desejo de melhorar suas vidas e ser capazes de abrir cruzamentos e obter alimentos e ter mais liberdade”, disse Kerry. “Mas isso tem que vir com um maior responsabilidade em relação a Israel, o que significa abrir mão de foguetes”, disse ele.

(Reportagem adicional de Ali Sawafta, em Ramallah, e Ori Lewis, em Jerusalém)

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