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    Chefe do Grupo Wagner ameaça realizar "marcha por justiça" contra governo russo

    Prigozhin prometeu liderar uma "marcha por justiça" em direção a Moscou, buscando confrontar o que ele chamou de "mal" na liderança militar russa

    (Foto: REUTERS/Igor Russak)

    247, com informações da BBC — Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner, está sob investigação por incitar a insubordinação, após acusar as Forças Armadas russas de lançarem um ataque de mísseis fatal contra suas tropas.

    Em reviravolta, Prigozhin prometeu liderar uma "marcha por justiça" em direção a Moscou, buscando confrontar o que ele chamou de "mal" na liderança militar russa. No entanto, as autoridades negaram veementemente o ataque e exigiram que ele cessasse suas "ações ilegais".

    O presidente Putin foi informado da situação e seu porta-voz afirmou que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para lidar com o caso.

    A ação proposta por Prigozhin representa uma escalada alarmante do conflito interno na Rússia. O Grupo Wagner é conhecido por ser uma organização paramilitar que tem atuado ao lado das forças russas na Ucrânia. Nos últimos meses, Prigozhin tem se tornado cada vez mais crítico em relação à liderança militar do país.

    Em uma mensagem de áudio compartilhada na plataforma de mídia social Telegram, ele alegou que um grande número de seus combatentes foi morto em um ataque realizado pelas próprias Forças Armadas russas contra um acampamento do Wagner. No entanto, até o momento, Prigozhin não apresentou qualquer evidência para sustentar suas acusações.

    "Os responsáveis pela morte de nossos companheiros e pelas dezenas de milhares de vidas de soldados russos na guerra na Ucrânia serão punidos", afirmou Prigozhin.

    Ele também fez um apelo aos seus seguidores para que não resistissem à marcha planejada e alertou que qualquer forma de oposição seria considerada uma ameaça e tratada como tal. No entanto, Prigozhin ressaltou que suas ações não interfeririam nas operações das tropas russas.

    O general Sergei Surovikin, vice-chefe das forças russas na Ucrânia, cuja liderança já foi elogiada por Prigozhin, fez um apelo para que o líder do Wagner interrompesse seus planos e ordenou que os comboios retornassem às suas bases.

    "Somos da mesma linhagem, somos guerreiros", disse Surovikin em um vídeo. "Você não deve jogar nas mãos do inimigo em um momento tão difícil para o nosso país."

    Segundo relatos da mídia estatal russa, o Serviço Federal de Segurança (FSB) abriu um processo criminal contra Prigozhin, acusando-o de incitar uma rebelião armada e de tentar provocar um conflito civil armado na Rússia. Além disso, o FSB teria solicitado aos combatentes do Wagner que desobedecessem às ordens de Prigozhin e tomassem medidas para capturá-lo.

    O Ministério da Defesa russo divulgou um comunicado afirmando que todas as alegações feitas por Prigozhin nas redes sociais sobre ataques russos aos acampamentos do Wagner são "falsas e constituem uma provocação informativa".

    O Kremlin também se pronunciou sobre o assunto, declarando que "medidas necessárias estão sendo tomadas", de acordo com a agência de notícias russa Interfax.

    Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou uma breve declaração em suas redes sociais, afirmando: "Estamos acompanhando a situação".

    Essa crescente tensão e ameaça de uma marcha em direção a Moscou colocam em evidência a profundidade dos conflitos internos na Rússia e levantam sérias preocupações sobre a estabilidade política do país. À medida que a situação se desenrola, o mundo observa com cautela os desdobramentos dessa crise interna e seus possíveis impactos tanto dentro quanto fora das fronteiras russas.

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