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    China anuncia novas missões lunares em meio a nova corrida espacial

    Anúncio vem após a China descobrir um novo mineral lunar com possível potencial energético

    (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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    Leonardo Sobreira, de Pequim (247) - A Administração Espacial Nacional da China, responsável pelo programa espacial chinês, recebeu autorização para enviar três orbitadores não tripulados à Lua nos próximos 10 anos, disse Liu Jizhong, funcionário do Centro de Exploração Lunar e Programa Espacial da China, segundo a CCTV. 

    A iniciativa faz parte da quarta fase do programa Chang’e, e consistirá no lançamento das sondas Chang’e-6, -7 e -8. A missão irá posteriormente explorar a região do Polo Sul da Lua e estabelecer uma estrutura básica para a Estação Internacional de Pesquisa Lunar, acrescentou Liu. 

    Nesse sentido, a descoberta chinesa, na semana passada, de um novo mineral na Lua representa um avanço no objetivo de estabelecer uma base lunar. O material batizado de Changesite-(Y) foi descrito como um cristal transparente incolor contendo hélio-3, um isotipo que tem sido especulado como uma futura fonte de energia.

    Os anúncios vêm em meio à intensificação da rivalidade entre a China e os Estados Unidos na exploração espacial. No início do mês, a NASA, a agência espacial americana, abortou uma tentativa de lançar seu foguete de próxima geração, que transportaria uma cápsula não tripulada à Lua. A frustração das tentativas iniciais levou observadores em Pequim a afirmar que a inquietação no setor espacial dos EUA está crescendo à medida que os avanços da China geram pressão externa. 

    Corrida espacial

    China e EUA estão engajados em uma guerra verbal pela liderança na exploração espacial. No mês passado, o administrador da NASA, Bill Nelson, publicou uma nota no site da agência alegando que Pequim "não compartilhou informações sobre a trajetória específica enquanto seu foguete Long March 5B caia sobre a Terra". 

    As alegações foram rebatidas, com destaque para o fato de que pelo menos 90% do foguete era feito de um invólucro de metal fino e inflamável, que queimou na reentrada. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Zhao Lijian também contestou, acusando o chefe da NASA de "mentir descaradamente" para atacar Pequim

    Membros da administração Joe Biden também criticaram o programa espacial chinês. Em um relatório de 24 de agosto, funcionários afiliados ao Departamento de Defesa alertaram sobre supostas “ambições hegemônicas” da China no espaço.

    “Eles estão usando suas competências espaciais para atrair e prender parceiros em sua infraestrutura, padrões e sistemas de governança”, disse o relatório. “Se a China vencer essa corrida para industrializar a zona econômica do espaço e garantir sua governança por meio de liderança e poder, isso teria grandes consequências para a segurança dos EUA e seus aliados”.

    Na segunda-feira, Zhao Lijian enfatizou que o espaço não deve ser utilizado como mais um ponto de conflito entre os países, como na Guerra Fria, e sim "um importante campo de cooperação para benefícios mútuos”.

    A China vem avançando em seu programa espacial nos últimos anos, enviando sondas para a Lua, construindo sua própria estação espacial e mirando em Marte. Já a NASA tem um rover no Planeta Vermelho e está tentando colocar astronautas na Lua novamente nesta década. Ambos estão em busca de minerais lunares e também de água, que, segundo cientistas, talvez possa ser encontrada no Polo Sul lunar.

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