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    China pode obter energia de fusão nuclear em 6 anos

    Governo chinês aprovou a construção da maior usina de energia pulsada do mundo

    Um técnico trabalha no Experimental Advanced Superconducting Tokamak (EAST), um reator de fusão nuclear apelidado de "sol artificial", em Hefei, província de Anhui, China. 14 de novembro de 2018 (Foto: Reuters)
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    Leonardo Sobreira, de Pequim (247) - A China está dando passos largos no sentido de obter uma fonte energética renovável e ilimitada, podendo tornar-se o primeiro país a alcançar a geração de energia a partir de fusão nuclear.

    Isso pode acontecer já em 2028, afirma o professor Peng Xianjue, da Academia Chinesa de Engenharia Física, o principal engenheiro de bombas atômicas chinês. Para ele, a conquista "estabelecerá o marco mais importante no caminho para a energia de fusão para os seres humanos”. 

    Nesse sentido, o governo chinês aprovou a construção da maior usina de energia pulsada do mundo, com uma máquina Z-pinch prevista para cerca de 2025, em Chengdu, capital da província de Sichuan, afirmou o professor Peng, citado pelo South China Morning Post. 

    A máquina Z-pinch em Chengdu, conhecida como Z-FFR,  produzirá duas vezes mais que a instalação de energia pulsada Z, sediada nos Laboratórios Nacionais de Sandia, nos Estados Unidos, disse Peng. 

    As máquinas Z-pinch, utilizadas na pesquisa de armas nucleares, se valem de uma corrente elétrica extremamente forte lançada dentro de um plasma, o que gera um campo magnético. Esse então comprime o plasma, criando as condições necessárias para que dois átomos leves se "fundam" em um mais pesado e cedam massa. Essa última etapa produz energia. 

    De acordo com o plano apresentado pelo professor Peng, o produto do Z-FFR não irá diretamente para a rede elétrica, mas conduzirá uma gama de partículas super rápidas para se chocarem contra o combustível de urânio, que alimentará o componente de fissão da instalação. Na fissão, núcleos são separados, e não "fundidos". 

    A fissão de urânio aumentará a produção total de calor da instalação em 10 a 20 vezes, levando então à produção de eletricidade comercial até 2035, de acordo com uma estimativa da equipe do acadêmico. 

    Além disso, pesquisadores da equipe de Peng disseram que a futura usina poderia usar minério de urânio natural ou tório, atendendo a demanda de energia por até dezenas de milhares de anos, enquanto gera poucos resíduos radioativos.

    Eles também garantem a segurança do projeto, já que, considerando o fato de que a explosão de fusão acontecerá apenas seis vezes por minuto, será incapaz de gerar energia suficiente para iniciar uma reação em cadeia. No entanto, um dos principais desafios será justamente construir uma câmara de reação forte o suficiente para lidar com a tensão de milhares de choques todos os dias. 

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