China suspende negociações de controle de armas com os EUA

TASS - A China decidiu suspender as consultas sobre controle de armas e não proliferação com os Estados Unidos devido às vendas de armas americanas para Taiwan, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira.

"Há algum tempo, os Estados Unidos têm vendido armas para a administração de Taiwan, apesar da forte oposição chinesa e de negociações repetidas," disse ele. "A China decidiu suspender as consultas [sobre controle de armas e não proliferação] com os Estados Unidos."

O diplomata responsabilizou o lado americano por essa decisão e apontou a disposição de Pequim para manter contatos relevantes com Washington que sejam "baseados no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação mutuamente benéfica."

Lin Jian instou os Estados Unidos a "respeitar os interesses básicos da China e formar as condições necessárias para um diálogo e consulta entre os dois países."

Taiwan é governado por sua administração local desde 1949, quando as forças remanescentes do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek (1887-1975), fugiram para a ilha após serem derrotadas na guerra civil chinesa. No entanto, Pequim considera a ilha como uma de suas províncias.

Washington rompeu relações diplomáticas com Taiwan em 1979 e estabeleceu laços com a China. Embora reconheça a política de Uma China, Washington continua a manter contato com a administração de Taipei.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas para Taiwan. Segundo o Ministério da Defesa da China, os EUA forneceram mais de 70 bilhões de dólares em assistência militar a Taiwan nos últimos anos.

Em 12 de julho, a China impôs novas sanções a várias empresas de defesa dos EUA e a seus altos executivos devido ao fornecimento de armas à administração taiwanesa. As empresas incluídas na lista negra são Anduril Corporation, Maritime Tactical Systems Corporation, Pacific Rim Defense Corporation, AEVEX Aerospace Corporation, LKD Aerospace Corporation e Summit Technology Corporation.

Seus ativos e propriedades na China foram congelados. Além disso, 11 executivos dessas entidades também foram incluídos na lista negra e proibidos de entrar na China, incluindo Hong Kong e Macau.