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    ONU lamenta "desdém" e diz que resposta do governo aos desaparecidos na Amazônia foi 'extremamente lenta'

    Porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou que o Estado brasileiro tem "a obrigação de iniciar uma investigação" sobre o caso

    Bolsonaro e Bruno Pereira (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Funai | Reprodução/Twitter)

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    247 - O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu nesta sexta-feira (10) que o governo brasileiro "redobre" os esforços utilizados nas operações de buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira, que desapareceram na região do Vale do Javari, Amazonas, no domingo (5). De acordo com a porta-voz da agência da ONU, Ravina Shamdasani, a resposta do governo Jair Bolsonaro para encontrar os desaparecidos foi "extremamente lenta”. 

    "A resposta (do governo ao desaparecimento) foi extremamente lenta, infelizmente. Achamos bom que agora, após uma medida judicial, as autoridades tenham empregado mais meios para as buscas" disse Shamdasani, segundo o G1

    Ainda segundo a porta-voz, "o Estado tem a responsabilidade de proteger o trabalho de jornalistas e de defensores dos Direitos Humanos. Eles têm a obrigação de assegurar o direito à segurança e de iniciar uma investigação".

    Ela ressaltou, ainda, que “Dom Phillips e o Bruno Pereira fazem um papel importante na região, levantando alertas e inclusive monitorando e reportando atividades ilegais no Vale do Javari".

    Em entrevista coletiva de imprensa nesta manhã em Genebra, a entidade lamentou até mesmo o "desdém" na fala de autoridades. "Uma linguagem de desdenhar foi inicialmente usada e que foi muito lamentável", criticou, sem citar os nomes dos autores de tais comentários.

    A declaração foi uma resposta às afirmações feitas por Jair Bolsonaro de que Araújo e Dom haviam feito “uma aventura não recomendável” onde “tudo pode acontecer”.

    Nesta quinta-feira (9) uma perícia encontrou vestígios de sangue em uma embarcação do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, suspeito de participação no desaparecimento. 

    O Tribunal de Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária por 30 dias de Amarildo.  Ele foi preso na terça-feira (7) sob a acusação de porte de droga e de munição de uso restrito

    Segundo o delegado do município de Atalaia do Norte, Alex Perez Timóteo, as amostras encontradas na embarcação serão enviadas para análise nesta sexta-feira (10). O objetivo é descobrir se a origem do material é humano ou animal.

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