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    Coreia do Sul: Yoon Suk-yeol autorizou Exército a atirar para entrar no Parlamento

    Yoon enfrenta acusações criminais de insurreição por sua declaração da lei marcial

    Yoon Suk-yeol (Foto: Chung Sung-Jun/Pool via Reuters)
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    RFI - O presidente Yoon Suk-yeol, que sofreu impeachment, autorizou o Exército a abrir fogo para entrar no Parlamento, segundo um relatório do Ministério Público sul-coreano divulgado neste sábado (28). Em 3 de dezembro, Yoon tentou instaurar a lei marcial no país e enviou os militares para a Assembleia Nacional, alegando a existência de um “pacto” entre a oposição e o regime norte-coreano.

    Há cerca de um mês, após a declaração da lei marcial na Coreia do Sul, soldados invadiram o Parlamento, escalaram barreiras e quebraram janelas. Helicópteros do Exército até pousaram no telhado do prédio. Mas os parlamentares conseguiram finalizar a votação para retirar a lei marcial.

    De acordo com o relatório de acusação do Ministério Público, de dez páginas, Yoon disse ao chefe do comando de defesa de Seul, Lee Jin-woo, que as forças militares poderiam disparar "se necessário" para entrar no Parlamento.

    "Eles ainda não entraram? O que eles estão fazendo? Arrombe a porta e tire-os de lá, mesmo que seja atirando neles", disse Yoon a Lee no diálogo publicado no documento.

    Yoon também teria ordenado ao general Kwak Jong-keun, chefe do Comando de Contra-Espionagem de Defesa, que "entrasse rapidamente" no Parlamento -  o quórum necessário para suspender a lei marcial ainda não havia sido alcançado.

    "Entrem rapidamente no Parlamento e retirem as pessoas de dentro da Câmara. Arrombem as portas com um machado se for preciso e arrastem todos para fora", disse Yoon.

    Destituição - O presidente sul-coreano foi destituído de suas funções após uma votação no Parlamento em 14 de dezembro. A Corte Constitucional deve agora validar ou invalidar sua saída em um prazo de seis meses.

    O advogado de Yoon Suk-yeol, Yoon Kab-keun, rejeitou o relatório do Ministério Público e disse à AFP que se trata de "um relato unilateral que não se atém às circunstâncias objetivas e é desprovido de bom senso".

    Yoon enfrenta acusações criminais de insurreição por sua declaração da lei marcial e pode ser condenado à prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte.

    O Gabinete de Investigação da Corrupção, que centraliza as investigações, já convocou duas vezes o presidente deposto para interrogá-lo sobre os acontecimentos que chocaram o país. Mas Yoon não compareceu a nenhuma das convocações.

    Os investigadores enviaram uma terceira intimação nesta quinta-feira para uma audiência que deve ocorrer na manhã deste domingo (29). O país agora está mergulhado em uma grave crise política e econômica. Nesta sexta-feira (27), a Assembleia aprovou o impeachment do presidente interino, Han Duck-soo.

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