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    Crescimento econômico global do século XXI será puxado pelo BRICS, diz Putin

    Presidente russo destaca papel do bloco no crescimento mundial

    Vladimir Putin (Foto: Reuters)

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    247 - Em discurso na sessão plenária do Fórum Internacional Semana Russa de Energia, realizado em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, previu que o crescimento econômico global no século XXI não será liderado pela Europa ou pela América do Norte, mas sim pelos países do BRICS. A fala, ocorrida nesta quinta-feira (26), foi destaque na cobertura da Sputnik. Segundo Putin, o grupo, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá um papel central na nova ordem econômica mundial.

    O presidente russo afirmou que muitos países que manifestam interesse em se juntar ao BRICS veem no bloco a oportunidade de uma ordem mundial mais justa, que respeite os interesses nacionais. "Modelos de desenvolvimento multipolar estão se formando, lançando uma nova onda de crescimento global para todo o século XXI. [...] O principal crescimento vai se concentrar não na Europa e na América do Norte, que estão gradualmente perdendo suas posições na economia global, mas nos países do BRICS e nos Estados que desejam se juntar à nossa associação", declarou Putin.

    Putin também destacou o papel das nações do Sul Global, especialmente aquelas com altas taxas de natalidade, no impulso desse novo crescimento econômico. Para ele, essas economias emergentes despontarão como líderes globais em ritmos de crescimento. Dentro desse contexto, o BRICS teria a responsabilidade de combinar suas potencialidades econômicas, promovendo um espaço de cooperação que seja mutuamente benéfico para os países membros.

    Fortalecimento do BRICS e independência econômica

    Uma das propostas destacadas por Putin foi a criação de um sistema de pagamento próprio dentro do BRICS, voltado a proporcionar mais autonomia e eficiência no comércio internacional. Segundo o presidente, essa iniciativa reduziria a dependência do grupo em relação a sistemas financeiros tradicionais, majoritariamente controlados por países ocidentais. "Estamos trabalhando na criação de nosso próprio circuito de pagamentos e câmbios", afirmou, apontando que o objetivo é assegurar que o comércio exterior do bloco possa ser processado de forma eficiente e independente.

    Além disso, o presidente russo fez questão de enfatizar que, no setor energético, a Rússia está pronta para ajudar a fortalecer a soberania tecnológica de seus parceiros. Ele sublinhou que o país está disposto a colaborar na formação de cadeias científicas e produtivas que favoreçam os países do BRICS. A energia é, de acordo com Putin, um dos pilares para essa cooperação mais profunda.

    Críticas ao Ocidente e transição energética

    O presidente russo não poupou críticas às elites ocidentais, acusando-as de tentar bloquear o acesso às plataformas tecnológicas e ao setor energético russo por medo da concorrência. Segundo Putin, essa postura reflete uma tentativa de manter a hegemonia no setor energético, especialmente diante da relevância crescente da Rússia como fornecedor de energia global.

    Ao comentar sobre a transição energética, Putin assegurou que a Rússia está implementando uma mudança justa, diferente de alguns países ocidentais, que, segundo ele, usam a agenda ambiental para promover interesses "essencialmente neocoloniais". 

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