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    Cuba: EUA erraram em ignorar por décadas demandas da Rússia e supor que o país continuaria indefeso

    Em texto no jornal Granma, o governo cubano disse que "foi um erro" dos EUA "ignorar" por décadas as "demandas por garantias de segurança" da Rússia

    Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba (Foto: Estudios Revolución-Granma)

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    Agência Granma - A determinação americana de continuar a expansão progressiva da OTAN para as fronteiras da Federação Russa conduziu a um cenário, com implicações de alcance imprevisível, que poderia ser evitado.

    São bem conhecidos os movimentos militares realizados pelos Estados Unidos e pela OTAN nos últimos meses em direção às regiões adjacentes à Federação Russa, precedidos pela entrega de armas modernas à Ucrânia, que juntos constituem um cerco militar progressivo.

    Não é possível examinar rigorosa e honestamente a situação atual na Ucrânia sem avaliar cuidadosamente as justas reivindicações da Federação Russa aos Estados Unidos e à OTAN e os fatores que levaram ao uso da força e à não observância dos princípios legais e as normas internacionais que Cuba subscreve e apóia vigorosamente e é uma referência essencial, sobretudo para os pequenos países, contra o hegemonismo, os abusos de poder e as injustiças.

    Cuba é um país que defende o Direito Internacional e está comprometido com a Carta das Nações Unidas, que sempre defenderá a paz e se oporá ao uso ou ameaça de força contra qualquer Estado.

    Lamentamos profundamente a perda de vidas de civis inocentes na Ucrânia. O povo cubano teve e tem uma relação estreita com o povo ucraniano.

    A história responsabilizará o governo dos EUA pelas consequências de uma doutrina militar cada vez mais ofensiva fora das fronteiras da OTAN, que ameaça a paz, a segurança e a estabilidade internacionais.

    Nossas preocupações são reforçadas pela decisão recentemente adotada pela OTAN de ativar, pela primeira vez, a Força de Resposta daquela aliança militar.

    Foi um erro ignorar durante décadas as bem fundamentadas demandas por garantias de segurança por parte da Federação Russa e supor que o país permaneceria indefeso diante de uma ameaça direta à sua segurança nacional. A Rússia tem o direito de se defender. Não é possível alcançar a paz cercando ou encurralando os Estados.

    O projeto de resolução sobre a situação na Ucrânia não aprovado no Conselho de Segurança em 25 de fevereiro, que será apresentado à Assembleia Geral, não foi concebido como uma contribuição real para a busca de soluções para a crise atual.

    Pelo contrário, é um texto desequilibrado, que não leva em conta as preocupações legítimas de todas as partes envolvidas. Tampouco é reconhecida a responsabilidade daqueles que instigaram ou desencadearam ações agressivas que precipitaram a escalada desse conflito.

    Defendemos uma solução diplomática séria, construtiva e realista para a atual crise na Europa, por meios pacíficos, que garantam a segurança e a soberania de todos, bem como a paz, a estabilidade e a segurança regional e internacional.

    Cuba rejeita a hipocrisia e os padrões duplos. Deve-se lembrar que os Estados Unidos e a OTAN em 1999 lançaram uma grande agressão contra a Iugoslávia, país europeu que fragmentaram, com alto custo em vidas, com base em seus objetivos geopolíticos, ignorando a Carta da ONU.

    Os Estados Unidos e alguns aliados usaram a força em várias ocasiões. Invadiram Estados soberanos para provocar mudanças de regime e intervir nos assuntos internos de outras nações que não se curvam aos seus interesses de dominação e que defendem sua integridade territorial e independência.

    Eles também são responsáveis ​​pela morte de centenas de milhares de civis, que eles chamam de "danos colaterais"; de milhões de pessoas deslocadas e de vasta destruição em toda a geografia do nosso planeta como resultado de suas guerras predatórias.

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