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    Diálogo não avança porque Ucrânia nunca tentou negociar, diz Rússia

    Não há progresso, os ucranianos estão se esquivando e atrasando as negociações, segundo a chancelaria russa

    María Zaharova, porta-voz da chancelaria russa (Foto: Sputnik)

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    247 - A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse neste domingo (27) que as negociações entre seu país e a Ucrânia não estão avançando porque as autoridades ucranianas nunca tentaram negociar, informa a Prensa Latina.

    “Agora a atenção do mundo inteiro está voltada para a forma como as negociações são conduzidas. Não há progresso, eles estão se esquivando e atrasando o processo", disse a porta-voz. 

    A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia assegurou que as autoridades ucranianas aplicaram essas mesmas táticas durante sete anos e meio, referindo-se ao descumprimento dos acordos de Minsk para a solução política do conflito com a região de Donbass. 

    “Não é o uso dessas táticas que levaram à situação de hoje? Foi essa tática que minou qualquer ideia de que a situação podia ser resolvida por meio de negociações”, disse ela.

    Zakharova lembrou que as negociações após o início da operação militar russa, em 24 de fevereiro, começaram a pedido do lado ucraniano. 

    “Foi uma iniciativa deles, aparentemente um sinal de que queriam negociar. Na verdade, eles nunca quiseram isso nesses anos. Para eles, sempre foram manobras para desviar a atenção, desenvolver capacidades militares, mas ao mesmo tempo fingir que são, claro, pela paz e pelo processo de negociação”, disse.

    As consultas russo-ucranianas começaram em 28 de fevereiro na região bielorrussa de Gomel e continuaram nos dias 3 e 7 de março na reserva natural de Bialowieza, também naquele país. 

    Em 10 de março, os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Ucrânia, Sergei Lavrov e Dmitri Kuleba, respectivamente, reuniram-se na cidade turca de Antalya, na presença de seu homólogo daquela nação, Mevlut Cavusoglu. Há uma semana, a troca acontece diariamente por videoconferência. 

    Na sexta-feira (25), o assessor presidencial russo, Vladimir Medinski, destacou que as negociações entre seu país e Kiev continuam sem avanços em questões-chave, enquanto as posições estão mais próximas em questões menores. 

    Segundo o também chefe da equipe de Moscou nas negociações, o lado russo insiste na assinatura de um tratado abrangente que, além do status de neutralidade da Ucrânia e de suas garantias de segurança, estabelece uma série de cláusulas fundamentais para a nação euro-asiática. 

    O negociador russo indicou que essas prioridades são a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, a definição do status e o reconhecimento da Crimeia e das repúblicas populares de Donbass. 

    Ele alertou que além desses há outros pontos que, se não forem considerados e estudados, o acordo é improvável.

    Na sua opinião, as autoridades ucranianas não decidem nada sozinhas e, portanto, prolongam deliberadamente as negociações para realizar consultas com “muitos centros de decisão”.

    Medinski considerou que o estado atual das negociações "não inspira otimismo", por isso não compartilha as declarações da delegação ucraniana sobre "grandes progressos".

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