Especialistas alertam que tarifas dos EUA contra China, México e Canadá podem aumentar inflação e custos para consumidores
Trump planeja impor novas taxas sobre importações; Canadá e México prometem resposta enérgica
247 - O governo dos Estados Unidos deve impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de 10% sobre importações da China, a partir deste sábado (1), segundo anunciou a Casa Branca. Especialistas consultados pelo Global Times apontam que a medida intensifica o protecionismo econômico dos EUA e pode pressionar a inflação no país.
O porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, já havia se manifestado em 23 de janeiro, alertando que as tarifas prejudicam não apenas a China e os EUA, mas também a economia global. Durante coletiva de imprensa na sexta-feira (31), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, justificou a imposição das tarifas mencionando a crise do fentanil nos EUA. Segundo ela, a medida representaria uma resposta ao tráfico da substância: "pelo fentanil ilegal que eles obtiveram e permitiram distribuir em nosso país, o que matou dezenas de milhões de americanos", disse.
A rede NBC destacou que o impacto das tarifas será sentido por consumidores e empresas dos EUA, que pagarão mais caro por produtos importados, como eletrônicos, brinquedos, calçados, alimentos, madeira e automóveis. Apesar disso, o ex-presidente Donald Trump minimizou os efeitos da medida, afirmando que pode haver apenas uma "interrupção temporária e de curto prazo" e que os americanos entenderão a necessidade da decisão. "As tarifas garantirão que outros países tratem os EUA de forma justa", declarou ele ao canal Fox News.
Especialistas avaliam que a decisão de Trump reforça sua retórica contra China, México e Canadá, mas não apresenta uma justificativa econômica clara. "Esta é uma escalada do protecionismo dos EUA, que aumentará os custos para consumidores e empresas, além de prejudicar as cadeias de suprimentos globais", afirmou Zhou Mi, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, ao Global Times. Ele também destacou que as tarifas podem ser aplicadas de forma generalizada, em vez de mirarem produtos específicos.
O pesquisador Lü Xiang, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, alertou que a medida poderá afetar os investimentos chineses no México e no Canadá. "É um cenário de perda para todos os lados. Os EUA também arcarão com o custo, pois tarifas mais altas alimentam a inflação, aumentam o custo de vida e dificultam o controle econômico do governo", avaliou Lü ao Global Times.
Os países atingidos já se manifestaram contra a decisão. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu uma resposta rápida: "Estamos prontos para dar uma resposta proposital, enérgica, mas razoável e imediata", declarou ele durante um evento em Toronto. "Não é o que queremos, mas se ele seguir em frente, também agiremos", afirmou, segundo a CBC News.
No México, o ministro da Economia, Marcelo Ebrard, classificou a decisão como um erro. "Impor tarifas de 25% sobre nossos produtos aumentará os custos para os consumidores dos EUA", disse ele à Bloomberg. Ebrard também assegurou que o México está preparado para reagir a qualquer ação do governo Trump.
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