Estados Unidos e UE preparam novas sanções contra a Geórgia em meio a protestos e crise política
País vive impasse político após eleições no último final de semana
247 - Os Estados Unidos preparam a imposição de sanções adicionais à Geórgia nas próximas semanas, afirmou nesta segunda-feira (16) o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. "Estamos preparando um pacote adicional de sanções que será implementado nas próximas semanas", disse Miller a jornalistas, de acordo com a Sputnik.
Miller declarou que os EUA estão "profundamente preocupados" com o estado da democracia na Geórgia, acusando o partido governista Sonho Georgiano de minar o sistema democrático do país.
União Europeia - Os países da UE concordaram em impor restrições de visto a autoridades e diplomatas georgianos devido à situação no país, e a proposta da Comissão Europeia será apresentada até o final deste ano, afirmou nesta segunda-feira a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas. "Hoje, concordamos sobre a necessidade de suspender o regime de isenção de vistos para portadores de passaporte diplomático, e a Comissão fará uma proposta ainda este ano. Também discutimos a aplicação de sanções contra as autoridades georgianas responsáveis pela violência contra manifestantes pacíficos", disse Kallas durante uma coletiva de imprensa após a reunião ministerial de Relações Exteriores da UE em Bruxelas, de acordo com a Sputnik.
Mais cedo nesta segunda-feira, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, disse que sanções impostas pela Lituânia e Estônia contra autoridades georgianas podem ser descritas como "provocações", e Tbilisi não tomará medidas de retaliação. No início de dezembro, Lituânia e Estônia impuseram sanções contra diversos funcionários georgianos, incluindo Kobakhidze, alegando repressão contra manifestantes da oposição. "Isso é uma provocação à qual não iremos ceder... Teremos uma reação pragmática a qualquer decisão desse tipo. É uma pena que esses países não ajam de acordo com os interesses de seus povos, mas seguindo ordens externas", declarou Kobakhidze a jornalistas. As autoridades georgianas decidiram não responder da mesma forma, pois Tbilisi tem "respeito pelo povo desses países", acrescentou o primeiro-ministro.
Uma nova onda de protestos da oposição abalou a Geórgia nas últimas semanas, após Kobakhidze declarar que o governo havia decidido não prosseguir com a abertura das negociações de adesão à UE e rejeitar o apoio financeiro do bloco até 2028. O Serviço de Segurança do Estado da Geórgia afirmou que os protestos estavam sendo coordenados por atores estatais estrangeiros com o objetivo de perturbar a eleição presidencial de 14 de dezembro. A eleição presidencial ocorreu na Geórgia em meio a contínuos protestos da oposição contra o partido governista e à recusa da presidente em fim de mandato, Salome Zourabichvili, em deixar o cargo. O candidato do partido governista, Mikheil Kavelashvili, foi eleito presidente do país, anunciou o presidente da Comissão Eleitoral Central, Giorgi Kalandarishvili, no último sábado. Esta foi a primeira eleição na Geórgia em que o presidente foi escolhido por um Colégio Eleitoral de 300 membros, e não por voto direto, após a emenda constitucional de 2017. Com a oposição boicotando a eleição, o ex-jogador de futebol Kavelashvili foi o único candidato registrado para o pleito.
Zourabichvili argumentou que, com um parlamento ilegítimo, não poderiam haver eleições presidenciais legítimas. Ela também se declarou a única representante legítima do poder no país. Em resposta, Kobakhidze afirmou compreender o "estado emocional" de Zourabichvili, mas ressaltou que, no dia da posse, em 29 de dezembro, ela terá que deixar sua residência e entregá-la ao presidente legitimamente eleito. (Com informações da Sputnik).
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