Protestos violentos tomam a capital da Geórgia, enquanto Rússia fala em revolução colorida
Segundo o Ministério do Interior, três policiais ficaram feridos nos em ataques de manifestantes violentos
247 - A polícia entrou em confronto com manifestantes na capital da Geórgia, Tbilisi, nesta sexta-feira (29, horário local), após o partido da situação anunciar que o governo iria suspender as negociações para a adesão do país à União Europeia, além de recusar subsídios orçamentários do bloco até 2028, informou a Reuters.
Segundo o Ministério do Interior, três policiais ficaram feridos nos em ataques de manifestantes violentos. A polícia ordenou a dispersão dos manifestantes, disparou canhões de água e usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra jovens mascarados que tentavam entrar no Parlamento. Alguns manifestantes atiraram fogos de artifício contra a polícia e gritavam "Russos" e "Escravos!".
As relações entre a Geórgia e a União Europeia se deterioraram drasticamente nos últimos meses. Bruxelas alegou que o governo havia recorrido a medidas autoritárias e adotado posições pró-Rússia. Antes dos confrontos, milhares de manifestantes pró-UE bloquearam ruas da capital.
O bloco governista Sonho Georgiano acusou a UE de "uma cascata de insultos", dizendo em comunicado que a entidade usava a perspectiva de negociações de adesão para "chantagear" o país e "organizar uma revolução".
O país de 3,7 milhões de habitantes tem o objetivo de adesão à UE escrito em sua Constituição, e há tempos figura entre os Estados sucessores da União Soviética mais pró-Ocidente. O partido Sonho Georgiano afirma não ser pró-Rússia e diz que está comprometido com a democracia e a integração com o Ocidente.
Mais cedo nesta semana, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que os países ocidentais estão tentando provocar uma revolução colorida na Geórgia, segundo a Sputnik.
"Não vale a pena especular sobre o quão difícil permanece a situação no mundo, e ela continua se tornando cada vez mais tensa a cada dia, graças aos esforços de nossos colegas ocidentais", disse Lavrov na 20ª reunião dos chefes das agências de segurança e inteligência dos países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
Segundo o principal diplomata russo, o Ocidente está provocando conflitos internos em outros países. "Não estão hesitando em empregar tecnologias geopolíticas sujas, que vão desde guerras de informação em larga escala até tentativas explícitas de promover uma revolução colorida, algo que estão tentando fazer agora na Geórgia", declarou Lavrov.
Lavrov também acrescentou que o Ocidente coletivo recorre ativamente à sua ampla rede de organizações não governamentais para criar instabilidade doméstica em países do Sul Global e do Leste Global.
Em 16 de novembro, a Comissão Central Eleitoral da Geórgia publicou o protocolo final das eleições parlamentares. O partido Sonho Georgiano venceu com 53,93% dos votos e obteve 89 assentos dos 150 no parlamento. Quatro partidos de oposição também entraram no parlamento, mas não reconhecem os resultados das eleições e recusam suas cadeiras. A oposição considera os resultados falsificados, exigindo uma investigação internacional e a realização de novas eleições parlamentares.
A presidente Salome Zourabichvili, que há tempos está em confronto com o governo devido à controversa lei de agentes estrangeiros e outras políticas, não apenas rejeitou os resultados das eleições, mas também convocou a população a ir às ruas para protestar.
O partido governista nomeou o ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili como seu candidato presidencial, disse Bidzina Ivanishvili, presidente e fundadora do partido, nesta quarta-feira.
"O Sonho Georgiano tomou a decisão de nomear Mikheil Kavelashvili para o cargo de presidente da Geórgia", disse Ivanishvili a repórteres, conforme citado pela Sputnik.
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