Com veto dos EUA, Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução brasileira sobre conflito entre Israel e Hamas
Texto apresentado pelo Brasil visava uma pausa nas hostilidades e a abertura de corredores humanitários na Faixa de Gaza
247 - Com um veto dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou nesta quarta-feira a resolução proposta pelo Brasil, que buscava estabelecer uma pausa humanitária em Gaza, informa Jamil Chade, do UOL. "O fracasso aprofunda a crise política e escancara a incapacidade das potências de chegar a um entendimento para frear o ciclo de mortes", diz o jornalista.
Apenas os Estados Unidos foram contrários. Reino Unido e Rússia, por sua vez, se abstiveram. Todos os outros países foram favoráveis.
O voto era considerado um teste de credibilidade para o Conselho de Segurança, que nos últimos sete anos não havia conseguido aprovar nenhum acordo entre as principais potências em relação à crise entre palestinos e israelenses.
Antes do início das negociações, o Brasil amenizou o texto na esperança de obter o apoio dos EUA. No entanto, a Casa Branca já havia informado ao Itamaraty que os americanos não desejavam qualquer ação do Conselho de Segurança sobre o assunto.
A crise se agravou quando o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um acordo sobre uma emenda apresentada pela Rússia, que pedia uma condenação aos ataques ao hospital de Al Ahli e um apelo explícito por um cessar-fogo. O governo dos EUA vetou os termos dessa emenda. Portanto, quando a resolução brasileira foi considerada, o clima já estava tenso. Inicialmente, os russos apresentaram um projeto de resolução, interpretado como uma oportunidade diplomática de Vladimir Putin para se posicionar como defensor da paz no cenário internacional. No entanto, o texto foi rejeitado pelo Ocidente, uma vez que não mencionava o Hamas.
Na esperança de evitar um impasse, o Brasil, que preside o Conselho, apresentou um projeto alternativo. A votação foi adiada duas vezes na esperança de que um consenso fosse alcançado, mas não foi o caso.
Após cinco dias de intensas negociações, o Itamaraty esperava que o documento fosse considerado equilibrado o suficiente para evitar vetos dos EUA ou da Rússia. No entanto, isso também não foi suficiente. O Conselho da ONU se reuniu em três ocasiões desde o início da nova fase do conflito, mas, devido à exigência dos americanos, essas reuniões ocorreram a portas fechadas, e não houve consenso para pedir o fim da violência. O veto foi o que impediu a aprovação de um acordo.
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