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    EUA: socialistas racham com Alexandria Ocasio-Cortez por ‘traição’ à causa palestina

    Deputada democrata realizou evento com líderes sionistas, no qual condenou campanha de boicote e defendeu fortalecimento armamentista a Israel

    Alexandria Ocasio-Cortez (Foto: Reprodução - 15.jul.2019 / Reuters)

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    Opera Mundi - O grupo Socialistas Democráticos da América (DSA, por sua sigla em inglês), a maior organização de esquerda dos Estados Unidos abertamente socialista, retirou seu apoio à deputada norte-americana Alexandria Ocasio-Cortez, acusando-a de ações que têm confrontado os valores da entidade e a luta pró-Palestina.

    Em comunicado emitido nesta quarta-feira (10/07), o DSA falou em “traição profunda” ao revelar que, recentemente, a congressista novaiorquina organizou um painel público com líderes do Conselho Judaico para Assuntos Públicos, ligados à Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês).

    “Neste painel, o antissionismo e o antissemitismo foram confundidos e o boicote às instituições sionistas foi condenado. Este patrocínio é uma profunda traição a todos aqueles que arriscaram seu bem-estar para combater o apartheid e o genocídio israelenses por meio de ações políticas e diretas nos últimos meses e em décadas passadas”, disse a nota.

    O documento também revelou que a deputada co-assinou um comunicado de imprensa, na data referente a 20 de abril, que “apoia o fortalecimento do Domo de Ferro e outros sistemas de defesa” israelenses.

    Opera Mundi entrou em contato com o DSA. Embora o Comitê Político Nacional do grupo tenha declarado a retirada de apoio condicional à deputada, a organização informou à reportagem que, até o momento, Ocasio-Cortez “segue sendo uma filiada” dentro do núcleo local de DSA-Nova York. Porém, o assunto ainda segue sendo discutido internamente.

    Ocasio-Cortez, de 34 anos, já foi vista como uma das deputadas do Partido Democrata mais críticas às ações de Israel no Congresso norte-americano, liderando a pressão para suspender a ajuda militar de Washington a Tel Aviv e reconhecendo o genocídio em curso na Faixa de Gaza.

    No entanto, ultimamente ela tem sido criticada pelos movimentos de resistência pró-Palestina em decorrência de seu apoio declarado ao presidente Joe Biden, que segue financiando a guerra.

    Em 23 de junho, o Comitê Político Nacional do DSA votou para endossar Ocasio-Cortez, desde que ela se opusesse publicamente a todo o tipo de auxílio financeiro a Israel, participasse regularmente do Comitê de Socialistas Federais do grupo, lutasse contra a criminalização do antissionismo e apoiasse a campanha de BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) para acabar com o colonialismo israelense.

    “Muitos membros apoiaram o endosso nacional”, afirmou o grupo “ao mesmo tempo em que exigem que Ocasio-Cortez demonstre um nível mais alto de compromisso com a libertação palestina, a autodeterminação e o fim imediato do hediondo genocídio em Gaza cometido por Israel”.

    “Um endosso nacional do DSA vem com um compromisso sério com o movimento pela Palestina e nosso projeto socialista coletivo […] Para construir um movimento socialista que seja capaz de derrotar o capitalismo, devemos exigir mais dos líderes de nosso movimento”, declarou o DSA.

    Opera Mundi também entrou em contato com a assessoria da deputada novaiorquina. No entanto, não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

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