Europa deve se livrar da dependência estratégica dos EUA, diz mídia chinesa
Algumas sanções contra a Rússia podem se voltar contra o Velho Continente
Rádio Internacional da China - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou no dia 9 de março um projeto de lei que proíbe a importação de petróleo e gás natural da Rússia. Esta é a sanção mais grave aplicada contra Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, mas internautas europeus comentaram que se a União Europeia aderir esta decisão, parecerá uma sanção contra a Europa em vez apenas contra a Rússia.
Há razão para esta preocupação, uma vez que a Rússia é a maior fornecedora de petróleo da Europa, bem como 45% do gás natural, que também vem de lá. A decisão norte-americana poderá causar uma grande subida nos preços da energia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que o petróleo e o gás natural da Rússia não devem ficar na lista de sanções, caso contrário, a segurança energética da Europa será ameaçada. O presidente francês, Emmanuel Macron, também disse que os EUA não dependem das energia russa, mas a Europa sim.
A guerra na Ucrânia também causou problemas para a segurança alimentar da Europa, pois a Ucrânia é uma grande produtora agrícola do Velho Continente. Além disso, o povo ucraniano está saindo de sua pátria para entrar nos países vizinhos, o que poderá acarretar mais uma crise de refugiados.
A raiz de todos os problemas referidos é a expansão da Otan liderada pelos EUA, que prejudica gravemente os interesses e a segurança da Rússia. Os países europeus devem entender que a Rússia e a Ucrânia são vizinhos, em contrapartida, os EUA ficam do outro lado do Atlântico. Quem sofre com as confusões e instabilidades na Europa Oriental são os europeus, enquanto os norte-americanos praticamente não serão afetados e ainda por cima podem sair lucrando com a guerra através da venda de armas.
Em sua última visita à Europa Oriental, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que a Otan está pensando em reforçar a presença militar na região, o que significa que os EUA querem fortalecer ainda mais seu controle sobre a Europa.
No entanto, os EUA nunca consideram os países europeus como aliados, mas sim, apenas instrumentos políticos políticas para consolidar sua hegemonia. Nos últimos anos, os dois lados têm cada vez mais divergências, como disputas comerciais e casos de espionagem dos EUA contra líderes europeus.
Agora, a Europa está passando pela crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. É o momento para os europeus considerarem sua independência estratégica e se livrarem das políticas norte-americanas. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse no dia 8 de março que, como uma nação e um país, a Rússia deve ser respeitada. “A Europa não terá uma paz duradoura se a Rússia não for parte da estrutura pacífica do continente”, acrescentou Macron.
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