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    Eventual governo Biden pode isolar ainda mais o Brasil, projeta analista

    O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou o desmatamento no Brasil durante o primeiro debate entre ele e o presidente Donald Trump

    Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)
    José Reinaldo avatar
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    Sputnik - Joe Biden, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Biden disse que vai tentar reunir outros países para pressionar o governo brasileiro e fez ameaças de que poderia impor sanções econômicas ao Brasil.

    "A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões [R$ 112,9 bilhões] e digam [ao Brasil]: 'Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas'", afirmou.

    Em entrevista à Sputnik Brasil, Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), disse que a declaração de Biden serviu como uma forma de agradar os setores mais jovens e de esquerda do seu partido.

    "Dentro do partido democrata tem uma forte pressão para que a questão ambiental tenha peso. Além disso, a sua postura no debate foi também de sinalizar para a ala mais jovem e da esquerda do partido que ele está sensível a temas importantes, não só em termos domésticos, mas também em termos internacionais", afirmou.

    Segundo Holzhacker, Biden mostra que pode aplicar diversos mecanismos de punições econômicas ao Brasil, que podem ser tanto em diminuição de cotas de determinados produtos brasileiros ou punições em termos tarifários.

    "Você tem vários instrumentos de política comercial que podem ser usados pelo governo americano. Inclusive no programa de governo de Biden ele coloca a sobretaxa e restrição de comércio com países que não cumprirem as metas ambientais e o Brasil entraria nessa situação", explicou.

    Denilde Holzhacker destaca que, caso Joe Biden vença as eleições, vai se voltar ao cumprimento do Acordo de Paris.

    "Biden mostra que na questão ambiental vai se voltar para o Acordo de Paris e vai assumir uma posição com os países que não cumprem os acordos e as metas ambientais. É uma agenda que o governo brasileiro já tem pressões francesas, já tem pressões europeias, então caso o Biden ganhe vai ter mais um ator importante internacional com uma posição e com uma força de causar bastante prejuízo ao Brasil", disse.

    De acordo com Holzhacker, uma vitória de Biden "dificulta a implantação da política externa de Bolsonaro".

    "A meu ver, o governo Biden pode isolar mais o Brasil e dificultar as estratégias brasileiras", completou.

    Jair Bolsonaro criticou o posicionamento de Joe Biden e classificou a declaração do candidato democrata como "desastrosa e lamentável".

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