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Exumações de vítimas da Segunda Guerra complicam negociações da Ucrânia para entrada na União Europeia

Exigência da Polônia frustrou as expectativas da Ucrânia de acelerar sua entrada na União Europeia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fala à mídia na frente de um avião de combate F-16 (Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko)

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247 - Durante um encontro em Kiev no mês passado, o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, frustrou as expectativas de acelerar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, informa a Sputnik. Conforme relatado pela Bloomberg, Sikorski vinculou as negociações à exumação das vítimas dos massacres de poloneses étnicos na região de Volyn durante a Segunda Guerra Mundial, uma exigência sensível que agora se tornou um obstáculo diplomático entre os dois países.

Sikorski deixou claro que a Polônia deseja que as vítimas do massacre, ocorrido entre 1943 e 1945, sejam exumadas das terras que hoje pertencem à Ucrânia como parte de um processo de reconciliação antes que qualquer avanço nas negociações de adesão de Kiev à UE ocorra. Cerca de 100.000 pessoas, entre mulheres e crianças, foram assassinadas por nacionalistas ucranianos na época, o que gerou um legado de tensões históricas. "Há uma necessidade de cavar fundo nessa história se estamos prestes a construir um bom futuro", declarou o vice-primeiro-ministro polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, durante uma coletiva de imprensa em Varsóvia, no final de agosto.

As expectativas de melhora nas relações entre os dois países pareciam promissoras quando Donald Tusk retornou ao cargo de primeiro-ministro polonês, prometendo superar os desafios que marcaram o governo anterior. No entanto, a questão dos massacres de Volyn se mantém como um entrave significativo. O governo anterior havia proibido a importação de grãos ucranianos, em resposta à queda nos preços no mercado interno, causada por um excesso de trigo vindo do leste. Tusk, embora comprometido com o apoio à Ucrânia, também afirmou que defenderá os interesses nacionais da Polônia com "assertividade cordial".

Essa postura mais rígida ficou evidente na reunião de Sikorski com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que contou também com a presença do ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis. Sikorski não hesitou em vincular a questão histórica às negociações de adesão, recebendo garantias de que uma solução será buscada. "Eu sei como expor as coisas com firmeza", disse Sikorski em uma entrevista de rádio.

O governo ucraniano, embora reconheça as atrocidades cometidas em Volyn, tem pedido à Polônia que não politize a questão. Mesmo com os obstáculos, as conversas entre os dois países permanecem. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrei Sibiga, descreveu um encontro recente com autoridades polonesas como "construtivo" e "pragmático".

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