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    General dos EUA ligou para China em segredo temendo que Trump começasse guerra, diz jornal

    O general norte-americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, ligou para o general Li Zuocheng, do Exército de Libertação Popular, no dia 30 de outubro de 2020 para afastar perigo de guerra

    General norte-americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA 01/09/2021 REUTERS/Evelyn Hockstein (Foto: EVELYN HOCKSTEIN)
    José Reinaldo avatar
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    WASHINGTON (Reuters) - O principal general dos Estados Unidos ligou para seu equivalente chinês em segredo duas vezes no ano passado por preocupações de que o então presidente dos EUA, Donald Trump, pudesse iniciar uma guerra durante a confirmação de sua derrota nas eleições e depois de sua confirmação, reportou o jornal Washington Post nesta terça-feira. 

    O general norte-americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, ligou para o general Li Zuocheng, do Exército de Libertação Popular, no dia 30 de outubro de 2020, quatro dias antes da eleição presidencial, e novamente no dia 8 de janeiro, dois dias após apoiadores de Trump liderarem uma violenta invasão do Capitólio, segundo o jornal. 

    Nas ligações, Milley tentou assegurar a Li que os Estados Unidos estavam estáveis e não iriam atacar e, se por acaso houvesse um ataque, ele alertaria seu equivalente antes do momento, de acordo com o jornal.  

    A reportagem é baseada no livro "Peril", dos jornalistas Bob Woodward e Robert Costa, que, segundo eles, se apoia em entrevistas com 200 fontes e que deve ser publicado na semana que vem. 

    O gabinete de Milley se recusou a comentar o assunto. Representantes de Trump não foram encontrados imediatamente para comentar.  

    Perguntada sobre a reportagem por jornalistas que viajam com o presidente norte-americano Joe Biden no avião Air Force One, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre se recusou a comentar e indicou o Estado-Maior Conjunto e o Departamento de Defesa.  

    O republicano Trump indicou Milley para o mais alto posto militar do país em 2018, mas começou a criticá-lo assim que ele e outros indicados e ex-membros de sua equipe após perder as eleições de novembro do ano passado para o democrata Joe Biden e deixar a Casa Branca no dia 20 de janeiro.  

    Milley foi motivado a entrar em contato com a China pela segunda vez em parte por conta de uma conversa no dia 8 de janeiro com a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, que havia perguntado ao general quais salvaguardas poderiam prevenir um "presidente instável" de iniciar um ataque nuclear, diz a reportagem, citando uma transcrição da conversa. 

    "Ele é louco. Você sabe que ele é louco", disse Pelosi a Milley na ligação, de acordo com o jornal.  

    Segundo a transcrição citada, o general respondeu: "Eu concordo com você em tudo".  

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