Greves na Black Friday em mais de 30 países buscam 'Fazer a Amazon Pagar'
O "Dia de Fazer a Amazon Pagar" foi lançado em 2020 pelo grupo sindica UNI Global Union
Eloise Goldsmith (Common Dreams) - Trabalhadores da Amazon e seus aliados estão participando de uma série de ações globais que buscam responsabilizar o varejista online por "abusos trabalhistas, degradação ambiental e ameaças à democracia", de acordo com o grupo sindical UNI Global Union.
Batizada de "Make Amazon Pay" (Faça a Amazon Pagar), a campanha, que acontece de 29 de novembro a 2 de dezembro, inclui greves e protestos em seis continentes. O movimento foi planejado para coincidir com a Black Friday (ou "Dia de Fazer a Amazon Pagar") e a Cyber Monday, dois dos dias mais movimentados do ano para compras online.
"Quando anunciamos nossa intenção de protestar hoje, a administração tentou nos impedir de várias maneiras. Queremos dizer à Amazon: vocês não nos pararam hoje e não nos pararão no futuro", afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Amazon na Índia, durante uma manifestação realizada no país nesta sexta-feira.
O "Dia de Fazer a Amazon Pagar" foi lançado em 2020 pela UNI Global Union e pelo grupo progressista Progressista Internacional. Segundo os organizadores, o movimento tem crescido a cada ano e, atualmente, reúne uma ampla coalizão de grupos, incluindo organizações de justiça climática, racial e econômica.
De acordo com a aliança Progressista Internacional, as ações incluem: greves em vários armazéns na Alemanha; ações diretas em cidades da França lideradas pelo grupo Attac; uma manifestação de trabalhadores na Índia sobre condições inseguras de trabalho; e um protesto de sindicalistas em um call center da Amazon. No total, as ações estão programadas para ocorrer em mais de 30 países.
"Essa luta é global. Cada piquete, cada greve, cada ação de solidariedade importa. Outro mundo é possível, e estamos construindo esse mundo, uma greve e uma conversa de cada vez. Juntos, somos imparáveis", declarou Christy Hoffman, secretária-geral da UNI Global Union, nesta sexta-feira, ao falar com trabalhadores em greve na Alemanha.
A campanha acusa a Amazon de "explorar" trabalhadores, comunidades e o planeta. Segundo os materiais da campanha, "enquanto triplicava seus lucros no início de 2024, a Amazon monitorava e pressionava motoristas e trabalhadores de armazém, expondo-os a sérios riscos físicos e mentais".
Em resposta à campanha, um porta-voz da Amazon nos EUA afirmou à Newsweek: "O fato é que, na Amazon, oferecemos ótimos salários, ótimos benefícios e grandes oportunidades — tudo desde o primeiro dia. Criamos mais de 1,5 milhão de empregos ao redor do mundo e continuamos oferecendo um ambiente de trabalho moderno, seguro e envolvente, seja em escritórios ou instalações operacionais."
Figuras políticas progressistas manifestaram apoio ao movimento online.
"Hoje, estou ao lado dos trabalhadores da Amazon em mais de 30 países ao redor do mundo, que estão em greve e protestando para #MakeAmazonPay", escreveu Jeremy Corbyn, ex-líder do Partido Trabalhista britânico.
"Enquanto o bilionário Bezos viaja pelo mundo em seu iate de US$ 500 milhões, trabalhadores da Amazon em mais de 20 países se levantam nesta Black Friday para exigir salários justos, direitos sindicais e ação climática. A Amazon deve pagar sua parte justa e respeitar os trabalhadores. Eu apoio o movimento #MakeAmazonPay", afirmou o senador norte-americano Bernie Sanders no X.
Após a campanha inaugural "Make Amazon Pay" em 2020, centenas de legisladores de dezenas de países apoiaram o esforço com uma carta aberta ao fundador da Amazon, Jeff Bezos.
"O mundo sabe que a Amazon pode pagar seus trabalhadores, seus custos ambientais e seus impostos. No entanto, repetidas vezes, vocês têm evitado e desconsiderado suas obrigações com trabalhadores, sociedades e o planeta", acusava a carta. Entre os signatários dos EUA estavam os representantes Ro Khanna, Ilhan Omar e Rashida Tlaib.
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